22/08/2023

Após dez anos de trabalho, Paulo Esteche lança livro sobre Mathias Leh

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Por Cristina Esteche – Foto: Paulo Esteche a Família Leh

 A história revisitada e imortalizada num livro documentário pauta um grande evento cultural, com ênfase para as tradições, a economia e a agricultura. O lançamento do livro "Mathias Leh – Um olhar para o futuro", do jornalista e escritor guarapuavano Paulo Esteche, será às15 horas deste sábado (31), no Centro Cultural Mathias Leh, Colônia Vitória, no distrito de Entre Rios, interior de Guarapuava. Além do público local, está confirmada a presença de diversas autoridades políticas e do meio cooperativista do Paraná. O cerimonial está sendo preparado pela FM Eventos.

Resultado dez de anos de pesquisa, a obra com 608 páginas, formato A4 e mais de 200 fotos, a obra é um documentário sobre um dos maiores líderes do cooperativismo brasileiro e a história dos suábios do Danúbio, povo de origem europeia que colonizou os campos de Entre Rios.

A importância do trabalho de Paulo Esteche, com apoio da Família Leh, foi reconhecida pelo ex ministro  Delfim Netto que assina a abertura do livro “Mathias Leh”. A  participação de diversos entrevistados aprimoram o conteúdo jornalístico.

Em seu trabalho, Paulo Esteche relata desde o aparecimento dos suábios na região germânica, no Século I a.C, o surgimento do Império dos Habsburgo, o povoamento da região do Danúbio no Sudeste da Europa no transcorrer do Império Austro-Húngaro, o nascimento de Mathias em 1937 na antiga Iugoslávia, o exílio da família Leh na Áustria após a 2ª Guerra, junto com milhares de suábios, e a repatriação para Entre Rios a partir de 1951.

 “Mathias Leh – Um olhar para o futuro” ajuda a compreender a História Mundial nos últimos 70 anos a partir da existência dos suábios e, em particular, de Mathias. O líder dos suábios tinha 7 anos quando o povo suábio foi expulso pelo marechal Tito da Iugoslávia, milhares sendo mortos em campos de concentração por serem considerados de “origem alemã”. Apegando-se em fontes científicas, como a do escritor croata Tomislav Sunic, Paulo Esteche faz uma analogia sobre as perseguições aos judeus, mortos pelo Nazismo, para concluir que os suábios sofreram iguais atrocidades, mas tais fatos nunca chegaram sequer a ser analisados nos tribunais internacionais.

A obra é um desafio ao imaginário popular, pois quem não conhece a história de Entre Rios a fundo jamais conseguirá compreender que o passado destes agricultores, hoje na vanguarda da agricultura brasileira, tenha sido de sofrimento, perseguições e mortes – numa época não tão distante assim, apenas 60 anos, tempo suficiente para que se reerguessem e conseguissem níveis surpreendentes de crescimento econômico.

Mathias Leh assumiu a presidência da Cooperativa Agrária em 1966, quando a entidade que representa os produtores rurais de Entre Rios passava por um dos piores momentos, a metade dos imigrantes voltando para a Europa. O livro traz pormenores de como Mathias e seus parceiros de administração na Agrária conseguiram adotar medidas alternativas para contornar essas dificuldades, entre elas como se deu nos bastidores a negociação para compra da maltaria Agromalte (maior da América Latina) da cota-parte da Antarctica Paulista. Mostra um Mathias empreendedor, humano, com riquezas de detalhes, e uma farta documentação fotográfica de todas as épocas vividas por ele. E também a agonia de sua morte, em decorrência de um tumor cerebral.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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