22/08/2023
Em Alta Política Região

Após ter nova prisão decretada, prefeito de Mato Rico está foragido

MP investiga supostos crimes de desvio de recursos públicos e fraudes em processos licitatórios e contratos envolvendo uma cooperativa local

Prefeito de Mato Rico (Foto: divulgação)

O prefeito de Mato Rico, Edelir Ribeiro (MDB), está foragido. Edelir Ribeiro acabou preso preventivamente no dia 28 de maio deste ano, no âmbito da Operação Cercados, conduzida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). A ação investiga supostos crimes de desvio de recursos públicos e fraudes em processos licitatórios e contratos administrativos envolvendo uma cooperativa local.

No entanto, dois meses depois da prisão, ele acabou beneficiado por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que revogou a detenção. Apesar da decisão pela soltura, o prefeito permaneceu afastado das funções por 90 dias, podendo ser prorrogável por igual período. Além disso, o STJ impôs algumas medidas cautelares como recolhimento do passaporte, proibição de contato com investigados, denunciados e testemunhas, proibição de ingresso em prédios públicos vinculados à prefeitura de Mato Rico. E ainda proibiu o prefeito de se ausentar do Paraná sem autorização judicial.

O problema é que, segundo o Ministério Público (MP), o prefeito teria descumprido as medidas cautelares impostas pelo STF. Por isso, Edelir Ribeiro teve a prisão decretada novamente no último dia 25. E desde então, encontra-se foragido.

O CASO

De acordo com o MP, além do prefeito, outras sete pessoas, encontram-se denunciadas criminalmente. A denúncia inclui seis servidores públicos municipais e o ex-presidente de uma cooperativa. O grupo teve bens bloqueados no valor de R$ 1.881.738,25, como medida para garantir eventual ressarcimento aos cofres públicos.

Investigações do Gepatria (Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa) apontaram a possível existência de um grupo integrado pelo prefeito e agentes públicos de confiança dele que a partir da criação de uma cooperativa de reciclagem e serviços de urbanismo, teria fraudado contratos e desviado recursos públicos.

São duas ações civis e outras duas no âmbito criminal elencando a prática de 91 atos de improbidade administrativa e criminais. Entre estes agentes públicos estão familiares de Edelir Ribeiro, dentre elas, a filha e uma sobrinha do prefeito que eram secretarias de Mato Rico. Por fim, a promotora Leandra Flores aponta que os ilícitos teriam resultado em enriquecimento ilícito da cooperativa criada e administrada pelo prefeito e demais réus, com danos ao patrimônio público de Mato Rico que, somados, ultrapassam R$ 209 mil.

DEFESA

A defesa do prefeito enviou uma nota ao Portal RSN. Veja a nota na íntegra abaixo.

“Nota à Imprensa
1. A defesa de Edelir de Jesus Ribeiro da Silva, prefeito de Mato Rico, representada pelo advogado Fernando Moura, informa que tomou conhecimento, nesta última sexta-feira (01/08/2025), da decisão de um juiz do Tribunal de Justiça do Paraná que decretou nova prisão preventiva no âmbito da Operação Cercados, investigação sobre supostas irregularidades na contratação de cooperativa local de recicladores.

2. O fundamento da prisão foi um suposto descumprimento da ordem judicial que determinou o afastamento do cargo de prefeito. O fato apontado foi a participação de Edelir de Jesus em duas reuniões políticas: uma na Secretaria das Cidades do Governo do Paraná e outra com lideranças locais de Mato Rico.

3. A defesa repudia a acusação, esclarecendo que nenhuma decisão judicial até o momento proibiu o cliente de participar de atividades políticas ou de exercer direitos de
cidadania, como o direito de reunião. A ordem judicial vigente restringia-se exclusivamente ao afastamento do cargo e à proibição de ingresso na Prefeitura até o julgamento definitivo do habeas corpus que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

4. Já foi protocolado novo habeas corpus no STJ, e a defesa confia que, assim como o ministro Reynaldo Soares da Fonseca reconheceu a precipitação da prisão anterior, o mesmo entendimento será adotado agora.

5. Apesar de considerar a decisão ilegal e arbitrária, Edelir de Jesus se apresentará voluntariamente à Justiça ainda no dia de hoje, em respeito ao Poder Judiciário e às
autoridades constituídas”.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN. @gilson_boschiero

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