22/08/2023

Artistas fazem da praça o seu palco

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A ideia já está dando certo. A segunda edição do projeto alternativo proposto por artistas que buscam espaço para mostrar a sua arte e que nesta segunda vez teve como tema "Praçasair no samba", atraiu várias pessoas. Hippies que expõem seu artesanato no Calçadão da Rua XV de Novembro, capoeiristas, músicos, iogues, poetas, artistas plásticos, bailarinos, percussionistas, fotógrafos, ou simplesmente, pessoas que gostam de arte e que estão fora do restrito circuito cultural da cidade. Foram eles que lotaram a área da Praça JK, em frente a Unicentro, na noite de sexta-feira (18) para dançar, cantar, tocar violão, conversar, trocar ideias sobre cultura.
Acadêmico do terceiro ano de Arte Educação da Unicentro, Edson Francisco, o Edinho, foi um dos artistas a mostrar o seu talento na praça.
"Esse projeto nos incentiva a mostrar a nossa arte. Eu já neguei muitas coisas na minha vida. E aqui estou tendo a oportunidade de mostrar um trabalho de pesquisa, de me afirmar como artista, como gênero", afirmou. Junto com Leonardo Kunta Camargo Soares da Cruz, Edinho, desenvolve uma pesquisa sobre os Dzi Croquettes, um grupo de atores/bailarinos que se tornaram símbolos da contracultura nos anos 70, quando ao confrontaram a ditadura usando a ironia e a inteligência. Seus espetáculos revolucionaram os palcos com performances de homens com barba cultivada e pernas cabeludas, que contrastavam com sapatos de salto alto e roupas femininas. O grupo se tornou um enorme mito na cena teatral brasileira e parisiense da década de 70.
Assistindo tudo de longe, o publicitário Eduardo Moreira, que mora em Curitiba, estava à espera da namorada que estuda na Faculdade Campo Real.
"Vim aqui atraído pelo som dos instrumentos. Estou curtindo tudo isso e ainda olhando para essa lua maravilhosa", disse apontando para a lua cheia que iluminava a praça.
"Acho que a verdadeira cultura se faz assim, em espaços abertos, alternativos", afirmou.
Na Praça não existe compromisso com o horário, não há camarim,não existem amarras. Toda hora é hora, todo lugar é o lugar. Os artistas se maquiam, se transformam, na frente do público. Um pedaço de pano vira o palco, os galhos das árvores sustentam varais de poesias e de pinturas. A grama é o melhor lugar para sentar, fazer uma roda, tocar violão e cantar. Num outro canto, o artista mostra suas habilidades com o malabares.
"Cada um vai chegando, trazendo o seu instrumento, o seu talento. Cada mostra a sua arte na hora que quiser. É só chegar", diz Isabela Anaxilê Camargo Soares da Cruz.

Cristina Esteche

Jornalista

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