22/08/2023


Geral

Assentados protestam contra decisão judicial e ameaçam trancar rodovias

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Uma decisão judicial vem causando revolta entre os moradores do Assentamento Nova Geração, Guarapuava. Duas famílias acampadas em um terreno ao lado do assentamento, receberam ontem, quarta feira (12) o aviso de despejo imediato da área. O s moradores, contudo, alegam que o pedido é injusto, já que quem entrou com o processo judicial não é o proprietário legitimo da área. Como forma de reivindicação, os assentados ameaçam fechar a PR 170.

Com alguns documentos e o pedido de reintegração de posse em mãos, Rafaela Nunes, Larissa Duarte e José dos Santos, que podem perder suas casas em breve, contaram para a RSN como chegaram ao local e como agora podem perder suas propriedades. Segundo os trabalhadores sem terra, há cinco anos cerca de 50 famílias viviam no local, quando o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) doou a área de 560 hectares para a criação do assentamento. No terreno só foram possíveis assentar 31 famílias, e outras 14 ficaram acampadas em um terreno vizinho.

O terreno de propriedade da GVA, antiga Madeirit, segundo os trabalhadores rurais, também é alvo de desapropriação pelo INCRA para a expansão do assentamento, e já conta com 14 famílias trabalhando e tirando o seu sustento do local há 5 anos.

O pedido de desapropriação veio de um chacareiro que divide sua propriedade com a área acampada, e que segundo os trabalhadores não tem direito nenhum sobre ela. “ Eu sei que a terra não é nossa, mas também não é dele, se o verdadeiro dono viesse aqui e pedisse para gente sair a gente saia, mas ele não é dono”, falou um dos trabalhadores. “Só saímos daqui quando vierem com uma escritura registrada dizendo que ele é o dono da terra “ comentou outro.

Outro ponto que revoltou os membros do MST foi o prazo para a retirada das famílias. De acordo com os moradores, o pedido de desapropriação era imediato, mas o prazo foi estendido para até as 18h desta quinta feira (13). José dos Santos é um dos moradores vitima da desapropriação. Com uma deficiência que dificulta sua locomoção José cuida sozinho da área, uma das mais produtivas, e reclama de sair de sua casa “ Como que vamos sair tão rápido assim, como vou desmontar minha casinha? ” questiona.

ASSENTAMENTO 20 DE NOVEMBRO  Situação parecida vivem os moradores do Assentamento 20 de Novembro no Guará, onde vivem cerca de 60 famílias assentadas, e que hoje receberam a noticia da desapropriação de algumas casas. Os assentados também ameaçaram parar o trânsito na região, mas segundo a Policia Rodoviária Federal nenhum ponto de paralisação na rodovia foi registrado.

Cristina Esteche

Jornalista

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