Ata vai para a Comissão de Ética após sessão conturbada

A sessão plenária desta segunda (20) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) se apresentou mais como  um retrato do crescente esvaziamento do debate político qualificado. O que deveria ser um espaço de construção legislativa e fiscalização se transformou, mais uma vez, em um campo de embates pessoais. Há trocas de ofensas e discursos ideológicos acalorados, que pouco dialogam com as demandas reais da sociedade.

O que se tem visto nos últimos tempos na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) é, infelizmente, mais barulho que conteúdo. Sessões plenárias que deveriam dedica-se à análise de projetos, à fiscalização do Executivo e à construção de políticas públicas apresentam por discursos acalorados, ataques pessoais, xingamentos e distorções do regimento interno.

ASSERTIVO

Diante desse cenário de desgaste e perda de credibilidade institucional, o presidente da Alep, deputado Alexandre Curi (PSD), assertivamente, decidiu agir. De acordo com uma das últimas sessões, ele impôs regras mais rígidas de conduta em plenário. Sinalizou, de forma objetiva, que abusos verbais, agressões retóricas e manipulações do regimento não serão mais tolerados. Ao menos, não sem resposta. A decisão representa mais do que uma tentativa de conter o caos. Se trata de uma afirmação política de autoridade e um esforço para recuperar a dignidade do Legislativo paranaense.

DISTORÇÃO

Vale lembrar que o uso da ‘questão de ordem’, recurso previsto no regimento para organizar os debates, surge sistematicamente distorcido. A reclamação da oposição é que a base governista a utiliza como uma ferramenta para blindar o governador contra críticas. Entretanto, de outro lado, quando a oposição tenta se manifestar, o que se vê é uma ofensiva coordenada para interromper falas, neutralizar argumentos e, em alguns casos, até constranger adversários, conforme reclama a bancada oposicionista.

SESSÃO TENSA

Na sessão desta segunda (20), presidida incialmente pela deputada Flávia Francischini (União Brasil), a situação chegou a um novo patamar de tensão. Diante das trocas de ofensas e do clima de hostilidade, Flávia encaminhou a ata da sessão à Comissão de Ética. Um movimento incomum, mas simbólico: a própria estrutura da Casa começa a dar sinais de que o limite foi ultrapassado. A iniciativa de Curi, portanto, vem em boa hora. Colocar ordem não é apenas uma questão de protocolo. Se trata de  uma medida urgente para evitar que o espaço político mais importante do estado se transforme, de vez, em uma arena de desinformação e vaidades infladas.

POSICIONAMENTO

Ao impor regras, Curi não apenas tenta recuperar o espírito republicano da Alep. Ele se posiciona como figura de equilíbrio em um ambiente contaminado por radicalismos e disputas rasas. Em tempos de desgaste da política, a decisão de Curi é um lembrete: o parlamento deve ser, acima de tudo, um lugar de palavra com responsabilidade.

Leia outras notícias no Portal RSN.