Adotar até 2015 um preço internacional de pelo menos US$ 32 (EUR 24) por tonelada de carbono (tCO2) seria necessário para conter de forma eficaz o aquecimento global, estimou um estudo publicado nesta segunda-feira (16), embora a cifra corresponda a cinco vezes a taxa cobrada no mercado europeu.
A pesquisa, que tem entre os autores o economista britânico Nicholas Stern, uma autoridade em custos das mudanças climáticas, revisou um modelo amplamente usado para avaliar o risco e descobriu que ele levou a um "enorme subavaliação" do risco.
Isto aumenta a necessidade de fortes cortes nas emissões de gases-estufa, impulsionada por um preço de carbono "entre US$ 32 e US$ 103 por tonelada de CO2 (tCO2) em 2015", destacou o estudo, realizado pelo "The Economic Journal".
"No prazo de duas décadas, o preço do carbono deveria aumentar em termos reais para US$ 82 a US$ 260/tCO2", acrescentou.
LIMITE DE EMISSÕES
Segundo o informe, esta cifra deveria limitar a concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera a 425 a 500 partículas por milhão, nível exigido para conter o aquecimento global entre 1,5 e 2ºC.
Participou, ainda, do estudo, um colega de Stern, Simon Dietz, do Instituto de Pesquisas Grantham sobre Mudanças Climáticas e Meio Ambiente.
O documento foi publicado um dia depois do encerramento das negociações da ONU, em Bonn (Alemanha), sobre um acordo para conter as emissões de gases-estufa. Espera-se que o pacto seja assinado em dezembro de 2015, em Paris.