22/08/2023


Blog da Cris

Até a vereadora Professora Bia falar, muitos estavam quietos

Professora Bia fez um requerimento e muitos vereadores tinham denúncias mas até então estavam quietos. Agora tem CPI

Vereadora Professora Bia (Foto - Divulgação)

Hoje o assunto trazido à tona pela vereadora Professora Bia Neves sobre o sistema funerário provocou a reação de muitos vereadores. E o assunto é tão sério e de um interesse público tão grande que o resultado foi a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Mas em meio a um tema tão relevante e que afeta a população de modo geral, uma fato me chamou a atenção. Bastou uma pessoa tocar no assunto para que muitos tivessem uma reclamação, uma denúncia pra fazer. Mas até então, essas manifestações estavam guardadas dentro da gaveta. Por que não levaram essas denúncias antes? E olha que não são poucas, considerando aqueles que tiveram um caso pra contar.

São urnas funerárias com o fundo solto, doados a famílias sem recursos pra comprar, corpo que fica mais de três horas em estrada até que algum carro autorizado vá buscar. em ainda falta de tabelamento de preços, direcionamento de profissionais para sepultamentos e por aí vai. E tem mais, levantado por vereadores que, segundo os próprios, são denúncias que vem recebendo há tempos. Mais uma vez eu pergunto: por que só denunciaram agora? Por que precisou uma vereadora ter a sensibilidade e se preocupar com a questão para que todos pegassem o embalo e trouxessem à tona a crueldade que faz parte de uma fatia desse ‘comércio da morte?’ Ou será que seria bem melhor privatizar até os cemitérios, como sugeriu o vereador Nego Silvio?

SERVIÇO MUNICIPAL E PRIVADO

Tudo bem que o serviço funerário é municipal e talvez não quisessem ‘incomodar’ a administração pública com fatos supostamente isolados. Afinal, poderia ser mortal à imagem Por isso, o problema vinha sendo tratado de forma individual.

Mas ficou muito claro na sessão desta terça que se trata de um problema coletivo. Há também o envolvimento maior por parte da iniciativa privada, conforme levantaram muitos vereadores.

Sabemos que a morte de uma pessoa querida é o momento de maior fragilidade do ser humano. O chão sai dos pés, parte da vida se vai, a dor dilacera. E assim, um mínimo de empatia, de atitude humanitária, de ser a voz de quem está na invisibilidade, não faz mal a ninguém.

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Cristina Esteche

Jornalista

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