O aterro sanitário de Pinhão encontra-se sem licença ambiental. De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT) o licenciamento encontra-se cancelado porque a Administração Municipal descumpre a legislação. Ou seja, o aterro que já integrou uma rede de educação ambiental e geração de renda, hoje se transformou num lixão a céu aberto. Conforme o ex-secretário de Meio-Ambiente, Habitação e Urbanismo, Valter Israel, as atuais condições significam um retrocesso na política ambiental do município.
Localizado na Localidade de Faxinal dos Ribeiros, São Cristóvão, o aterro tinha conseguido licença do IAT após 20 anos de irregularidades. Na área de sete mil metros quadrados, incluindo mata nativa, o aterro destina-se a receber resíduos sólido urbanos, de forma planejada. A área de transbordo gerava economia para os cofres municipais. Na época, relembra Valter, o município economizou mais de R$ 40 mil por mês. O município produzia há quatro anos cerca de 14 toneladas de lixo por dia, coletadas por empresa de fora.
Uma Central de Triagem separava o lixo orgânico, o reciclável e o geral. Funcionando ao lado do aterro, a Central contava com a Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Pinhão. A entidade ‘Mãos Limpas’, conforme disse o ex-prefeito Odir Gotardo, se reponsabilizava pela compostagem e venda desse material, gerando renda aos trabalhadores.
BUFUNFA
Além disso, a parceria com as secretarias municipais de educação e de Agricultura geraram a ‘Bufunfa’, uma moeda autorizada para circular na Feira de Produtores. Lá, as famílias trocavam a ‘moeda’ recebida pela separação do lixo doméstico por frutas, leite, queijo, legumes e verduras, entre outros. Tudo produzido pela agricultura familiar.
Entretanto, o local que deu origem a um dos programas ambientais que ganhou a mídia nacional pela eficiência, hoje voltou a ser moradia de insetos. Ali voltaram a proliferar moscas, ratos, escorpiões, baratas e outros transmissores de doenças. Além disso, há a contaminação do solo, dos lençóis freáticos e mau cheiro. E mais ainda: no passado, havia mais de 29 autos de infrações que geraram prejuízos aos cofres públicos pelo pagamento de multas. Veja o vídeo abaixo.
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