22/08/2023
Segurança

Auditores da RE, policial civil e empresários são presos em operação do Gaeco

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpre na manhã desta sexta feira (20) novos mandados de prisão em Londrina e região. Por volta das 8h50, 17 pessoas haviam sido presas, entre funcionários da Receita Estadual (RE), policial civil e empresários. A operação é um desdobramento do escândalo de corrupção na Receita Estadual na cidade e conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil.

No início desta manhã, o policial civil André Santelli foi preso em Ibiporã, na Região Metropolitana de Londrina, enquanto trabalhava na delegacia local. Segundo o Gaeco, ele seria ex-funcionário da Receita Estadual e teria um irmão que trabalha no órgão.

A auditora da RE Rosângela Semprebom foi detida em sua residência localizada na Rua Paranaguá, no centro de Londrina. Ela é irmã Luiz Antônio de Souza, auditor fiscal da Receita preso em janeiro. Outro auditor, Marco Antônio Bueno, também foi preso no início desta manhã.

O Gaeco também cumpriu o mandado de prisão do delegado da RE, Dalton Lázaro Soares. Stefan Ruthschilling, proprietário de uma distribuidora de combustível da região está entre os presos desta manhã.

Por volta das 9 horas, a expectativa é que uma os demais empresários presos nesta manhã fossem encaminhados em uma van para o Gaeco para prestar esclarecimentos.

CRISE NA RECEITA

Em 5 de março, o Gaeco cumpriu mais de 50 mandados de busca e apreensão em várias cidades da região Norte do Paraná, inclusive no prédio da Receita Estadual em Londrina. O escritório do órgão também foi vasculhado em Curitiba.

No dia seguinte, o promotor Renato de Lima Castro, da Promotoria de Defesa e Proteção ao Patrimônio Público, fez um alerta e, ao mesmo tempo, um apelo a empresários e contadores de Londrina e região, que tivessem informações ou fossem vítimas do esquema, que colaborassem com o Gaeco.

O suposto esquema de corrupção envolvendo auditores da Delegacia da Receita Estadual em Londrina extorquia empresários de diversas formas, provocando um prejuízo ainda não calculado aos cofres públicos, em impostos que deixaram de ser recolhidos.

Em alguns casos identificados pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, os auditores teriam cobrado propina para dar baixa em dívidas milionárias de empresas. Para isso, eles teriam recebido R$ 200 mil de cada empresário, o que fez com que investigadores ironizassem a situação, questionando se haveria um “tabelamento” da propina.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.