22/08/2023
Política

Auditoria poderá apontar rombo ainda maior e mais preocupante na PRPrevidência

O parecer do conselheiro Fernando Guimarães, do Tribunal de Contas (TC) que apontou um déficit de R$ 1 bilhão no caixa da ParanáPrevidência foi a comprovação dos alertas realizados desde 2007 pelos deputados da Oposição. Desde aquele ano os oposicionistas tem se pronunciado a respeito do descaso do governo Requião com o fundo previdenciário dos servidores estaduais.
Segundo o líder da bancada, deputado Elio Rusch (DEM), se o ex-governador Requião tivesse escutado os deputados estaduais, a ParanáPrevidência não estaria com este déficit.
“Todas as denúncias que apresentamos foram confirmadas pelo relatório do TC. O governo do Estado não fez os recolhimentos que deveria fazer para garantir a solidez da ParanáPrevidência. O número apresentado (R$ 1 bilhão) para mim é apenas referente às parcelas que nunca foram pagas pelo Governo. O rombo é ainda maior”, afirmou Rusch em referência às 276 parcelas mensais que o governo deveria ter começado a pagar em maio de 2005 para capitalizar o fundo financeiro da instituição e assim garantir a solidez para o pagamento das futuras aposentadorias.
Para o deputado, a contratação de uma empresa de auditoria privada pelo Tribunal de Contas para analisar as contas da ParanáPrevidência servirá para comprovar a saúde financeira da instituição e o comprometimento futuro.
A preocupação de Rusch é com a gestão futura do fundo previdenciário, pois ano a ano o déficit tem aumentado e daqui a algum tempo a ParanaPrevidência poderá não ter condições de honrar com o pagamentos das aposentadorias e pensões dos servidores.
“Hoje a ParanáPrevidência ainda tem condições de honrar com seus compromissos. Quando vamos perceber o rombo?”, questionou. “Daqui a dez ou quinze anos, quando não terá mais recursos para pagar os aposentados. É nossa responsabilidade fiscalizar e denunciar, o que temos feito há anos sem que o governo se preocupasse”, completou.
Rusch teme que possa acontecer com a ParanáPrevidência o mesmo que ocorreu com o extinto Instituto de Previdência do Estado (IPE) na primeira gestão do então governador Roberto Requião.
“Sabemos que a administração do governador Requião nunca se preocupou com os institutos de previdência e consequentemente com os servidores aposentados e pensionistas. No primeiro governo ele acabou com o IPE e todo o dinheiro do instituto foi incluído no caixa do Estado. Agora vemos o déficit constante da ParanáPrevidência. O administrador público tem que pensar nas futuras gerações e administrações, não somente no presente”.
Segundo Rusch, o fundo financeiro da ParanaPrevidência tende a acabar daqui a alguns anos, pois é composto por aqueles servidores que já estavam aposentados quando foi criada a instituição. A preocupação é com o fundo previdenciário, ou seja, aqueles servidores que se aposentaram a partir da criação da ParanáPrevidência.
“Os pagamentos realizados pelo fundo previdenciário tendem a crescer porque muitos servidores irão se aposentar. Qual o lastro do fundo previdenciário para saldar os futuros compromissos?”, indagou. “Somente através de uma auditoria independente que deve ser contratada pelo TC para sabermos a real situação do rombo nas contas da ParanáPrevidência”.

Cristina Esteche

Jornalista

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