Da Redação, com Agência Brasil
São Paulo – Um levantamento da Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP), órgão vinculado à Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania, mostrou que dos 76 recalls de veículos realizados no primeiro semestre de 2017, 25 foram no sistema de airbag, o que representa um aumento de 78% em relação ao primeiro semestre de 2016. Nesse período foram registrados 57 recalls, sendo 14 no airbag. Na quantidade total de campanhas de recall de veículos o aumento foi de 30%.
Segundo os dados do Procon-SP, as 76 campanhas de recall de veículos feitas de janeiro a junho atingiram um total de 1.199.170 automóveis, dos quais 618.392 (55%) tinham problemas com o airbag. No mesmo período no ano passado foram 911.702 veículos afetados, sendo 572.791 (62%) relacionados ao equipamento.
Recall é um chamado público feito pelas empresas quando um produto ou serviço apresenta um defeito que coloque em risco a saúde e a segurança do consumidor. O objetivo é corrigir problemas e prevenir acidentes. A medida está prevista no artigo 10 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) que estabelece que “o fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança’.
De acordo com o diretor de fiscalização do Procon-SP, Osmário Vasconcelos, o aumento do número de recall está associado ao trabalho maior dos órgãos de fiscalização e à maior preocupação das empresas com a segurança. “Notamos que as montadoras estão fazendo estudos porque estavam ocorrendo acidentes no Brasil e no mundo. Havia poucos fabricantes de airbag mundialmente e esses acidentes causados por falhas no equipamento poderiam gerar indenizações para as montadoras, já que essas falhas poderiam levar a ferimentos graves”.
Segundo Vasconcelos, quando for comprar um carro usado, o consumidor deve verificar com a concessionária se houve recall daquele modelo e caso tenha ocorrido, checar se o veículo passou pelo recall e se a peça com defeito foi substituída. “No caso dos novos, as próprias concessionárias devem observar melhor as montadoras e ficarem atentas sobre os novos equipamentos, porque elas mesmas estão chamando os proprietários para fazer o recall”.
Vasconcelos explicou que um dos defeitos apresentados pelo equipamento consistia na maneira como se abria o airbag no momento do choque. Alguns estavam inflando com muito volume e intensidade e poderiam jogar a pessoa contra o banco com força, causando ferimentos. Outros estavam espalhando estilhaços no momento da abertura.
“É importante citar que devido à globalização, no momento em que ocorre qualquer incidente ou acidente em qualquer parte do país ou do mundo, isso é rapidamente divulgado. Por isso esses recall são feitos em vários países. O consumidor muito consciente vai buscar indenização na Justiça caso tenha algum problema. É importante também que avise o Procon e que faça reclamação caso se sinta prejudicado”, disse.
Mais informações sobre recall podem ser acessadas no http://sistemas.procon.sp.gov.br/recall/