22/08/2023
Guarapuava Política

Aumenta o impasse entre peemedebistas de Guarapuava

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Cristina Esteche

Guarapuava – Aumenta o impasse gerado dentro do PMDB em Guarapuava e membros do partido não falam a mesma língua e colocam o senador Roberto Requião no centro da polêmica.

Se por um lado o novo presidente da Comissão Provisória Municipal, Ramon Barbosa e Silva, diz que não houve destituição por parte do Diretório Estadual, conforme noticiado pela RedeSul de Notícias na noite dessa quarta feira (20), e que Nivaldo Kruger pediu a dissolução da comissão na última segunda (18), Kruger dá outra versão. “Eu não estive em Curitiba, não participei de reunião e não pedi nenhuma dissolução da provisória. Estão tentando justificar a destituição”, afirmou à RSN na tarde desta quinta (21).

De acordo com Nivaldo Kruger, quando ficou decidido que o PMDB de Guarapuava estaria sob a sua coordenação, foi dado autonomia municipal. “Nós queríamos uma participação mais efetiva do PMDB nas eleições municipais deste ano e quando o Cesar [Silvestri Filho] soube disso nos procurou e, por unanimidade, os correligionários decidiram democraticamente que coligaríamos com o prefeito, desde que indicássemos o vice”.

Segundo Kruger, recentemente o senador Roberto Requião, que preside o Diretório Estadual, esteve em Guarapuava e reuniu-se com o médico Antenor Gomes de Lima, do PT.  “Ele [Requião] começou a dizer que estava apoiando o Antenor. Liguei para ele [Requião] e disse que não aceitava a posição dele e que o nosso apoio seria em prol da reeleição do prefeito”. No sábado (16), o senador fez postagens no Twitter mandando recados aos pemedebistas de Guarapuava: ou o partido lançaria candidatura própria ou o apoio seria para Antenor. Nessa quarta (20), a Comissão Provisória ganhou novos membros em substituição ao grupo de Nivaldo Kruger.

"O Requião está equivocado. Está querendo assumir a paternidade da orfandade do PT e não vou obedecer a sua ordem. Estou exercendo um direito democrático, com base na unanimidade do grupo", disse Kruger.

Já de acordo com Ramon, que insiste na tese de que não houve destituição, mas um pedido de dissolução, Roberto Requião havia deixado “muito claro” que o PMDB não coligará com partidários do governador Beto Richa. “É um posicionamento ideológico do PMDB nesse novo direcionamento do partido que já provocou a saída de deputados e membros que dão apoio ao governador”. Segundo Ramon, não existe qualquer possibilidade do PMDB de Guarapuava apoiar Cesar Filho ou outro candidato que tenha ligações com o Governo do Estado, como é o caso do pré candidato Leonardo Becker Mattos Leão. “Seu irmão, o deputado Artagão Jr é secretário de Governo e deixou o PMDB para ficar com Richa”, observa.

Segundo Ramon, a tendência é de apoio ao médico Antenor Gomes de Lima. “As conversas estão bem adiantadas e nesse cenário a possibilidade de aliança com Antenor é muito grande”.

Embora Nivaldo Kruger deva entrar com recurso para derrubar a decisão do Diretório Estadual, Ramon disse que o quadro, se for revertido, será somente daqui a 90 dias.

As convenções municipais agendadas para este sábado (23) e que homologariam as candidaturas de Cesar Filho, do vice e de vereadores que integram a coligação, foram adiadas.

Cristina Esteche

Jornalista

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