22/08/2023




Educação Guarapuava

Autonomia universitária volta à mesa de debate durante congresso em Guarapuava

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Com Ariane Pereira

Guarapuava  –  A autonomia universitária voltou à mesa dos debates, desta vez, em Guarapuava,  durante o 2º Congresso Técnico da Associação Parananense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp). Durante a programação nessa quinta (10), no campus Santa Cruz da Unicentro.

Para o  presidente da Apiesp, reitor Carlos Luciano Sant’Anna Vargas, o congresso é uma oportunidade de reunir os representantes das universidades públicas estaduais para encaminhar, da melhor maneira possível, questões de grande interesse para as instituições de ensino superior e para a sociedade paranaense. “Em tempos de crise, nós, enquanto entidade representativa, temos que assumir papeis de mais relevância. Nós temos que, com o apoio dos reitores, dar os encaminhamentos a essas questões todas e isso faz com que a gente tenha que assumir mais responsabilidades. Por isso, a importância de nós estarmos reunidos e aproveitarmos a oportunidade para ter uma visão melhor da forma de encaminhamento dessas questões todas”, explicou.

Atualmente, no Brasil, apenas as universidades estaduais de São Paulo e a Udesc exercitam a chamada autonomia universitária. Experiências das décadas de 1980 e 1990 que podem auxiliar no desenho do novo modelo que poderá vir a ser adotado pelo estado do Paraná. “Acho que essa discussão é um exercício muito importante. Deixo os meus parabéns para os organizadores. Coletar sugestões em um debate como esse é fundamental pra que se desenhe um modelo bastante interessante aqui para o estado”, declarou o reitor da Unesp, Sandro Valentini.

Marcus Tomasi, reitor da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) falou sobre a autonomia universitária a partir da experiência da própria Udesc que, em 1991, adotou o novo modelo de gestão. “Hoje nós temos uma condição de autonomia, sobretudo, orçamentária e financeira. Foi todo um trabalho de mobilização, assim como eu percebo que aqui, e em outras instituições estaduais, está ocorrendo”.

O reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), professor Sandro Valentini, explicou que as três universidades estaduais paulistas – USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade de Campinas) e Unesp – foram as primeiras instituições de ensino superior públicas do Brasil a adotar o sistema, ainda na década de 1980. “Nós conquistamos autonomia universitária em 1989. Ou seja, a autonomia é prevista na Constituição Federal de 1988 e já em no ano seguinte, por um decreto do Governador a época, nós já a havíamos conquistado”, explica Sandro.

O evento realizado na Unicentro é um desdobramento do 1º Congresso Técnico da Apiesp, promovido em 2015 na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Na ocasião, foi aprovada a criação de nove câmaras temáticas com o objetivo de aproximar as experiências das sete universidades públicas estaduais paranaenses. Agora, durante o II Congresso, as câmaras foram instaladas e os representantes se reuniram para definir de que maneira os trabalhos serão desenvolvidos.

O reitor da Unicentro e atual presidente da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), professor Aldo Nelson Bona, destacou que a ideia de instalar câmaras técnicas na Apiesp partiu de uma experiência bem sucedida na própria entidade nacional. “As câmaras são uma forma de fazer com que o trabalho das nossas universidades aproximem-se cada vez mais, as experiências sejam cada vez mais compartilhadas e, dessa forma, possamos fortalecer e qualificar cada vez mais o nosso sistema”, ressaltou. Dentre as nove câmaras, a Unicentro fica com a coordenação de duas, a de Relacionamento com a Mídia e, também, a de Administração, Finanças e Legislação.

Quem também participou e acompanhou de perto as discussões foi o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, João Carlos Gomes. Ele destacou a importância da Apiesp promover um evento sobre a autonomia universitária e elencou como um dos principais desafios definir um modelo que contemple as expectativas do governo, das universidades e também da sociedade. “O nosso sistema é diferente de todos os outros sistemas estaduais do Brasil. A nossa capilaridade, o número de universidades estaduais, o tamanho do nosso sistema, ele é complexo. Então, o grande desafio, nesse momento, é definir qual o modelo. Por isso, a discussão que nós estamos iniciando hoje aqui”, argumentou.

Cristina Esteche

Jornalista

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