22/08/2023


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Técnica de enfermagem funciona como UBS dentro da penitenciária

“Eu ajudo no entendimento deles, tiro as culturas, os mitos sobre as patologias que eles têm", diz Vilma que trabalha na PEG UP

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Técnica de enfermagem funciona como UBS dentro da penitenciária (Foto: Gilson Boschiero/RSN)

Na última reportagem, você conheceu a Eny, a assistente social que se tornou a família dos presos dentro da PEG UP. Na reportagem de hoje o destaque será a técnica de enfermagem Vilma da Silva. Ela é uma espécie de Unidade Básica de Saúde (UBS).

E o atendimento disponível dentro da unidade é reconhecido por quem usa. De acordo com um preso da unidade, o atendimento em questões de saúde é quase perfeito. “Eu diria que beira a perfeição pra realidade da situação carcerária que o país vive hoje em dia”.

(Foto: Gilson Boschiero/RSN)

Dentro da penitenciária, existe consultório odontológico com dentista todos os dias, um consultório médico, sala de vacinação e um quarto com cama, que serve para atender presos que precisam ficar em observação. Duas técnicas de enfermagem também trabalham de segunda a sexta na unidade.

Vilma é uma delas e está no sistema prisional desde 2014, quando veio do Hospital Regional de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná.

Com experiência em área hospitalar, trabalhar com esse público foi um desafio.

Então ele vai chegar vai ser orientado, se claro ele tiver uma patologia, uma doença ele vai ser encaminhado para um Caps, vai ser encaminhado para uma consulta eletiva ou vai ser encaminhado para uma consulta de urgência. Mas a maioria das vezes eles precisam de orientação.

A técnica de enfermagem disse que é preciso humanizar o atendimento, se colocar no lugar do preso. E só então perceber como poderá ajuda-lo. “Eu ajudo no entendimento deles, tiro as culturas, os mitos sobre as patologias que eles têm. Há grandes mitos que eles acham que a medicação é pra isso. Mas, é só orientação”.

(Foto: Gilson Boschiero/RSN)

“Se a gente precisa de um atendimento, tá com dor ou não tá se sentindo muito bem, a gente tem onde ir”, afirmou um preso da PEG UP.

A profissional que ajuda a diminuir as dores do corpo, também se cura, se torna melhor nessa relação de ajuda ao próximo. Conforme Vilma, é desafiador, e ao mesmo tempo gratificante conseguir orienta-los. “E você percebe que eles conseguem absorver essa orientação e desenvolver pra vida deles lá fora.”

To feliz porque a gente vê resultado no trabalho da gente. As vezes, as pessoas estão muito acostumadas no sistema de saúde a medicação. E as vezes você vê que com uma simples orientação, você pode mudar a vida de um paciente.

De acordo com o advogado criminalista e professor de direito penal Loêdi Lisovski, é indispensável que o sistema disponha de um mecanismo de prestação de serviço de saúde.

Loêdi Lisovski é advogado criminalista e professor de direito penal (Foto: Jeisy Doi)

Isso porque o apenado não poderá se deslocar até o serviço de saúde, justamente pelas limitações da prisão. O controle da salubridade dos espaços prisionais e dos presos é fundamental para a não disseminação de doenças. Logo, manter os espaços prisionais devidamente controlados, é prioridade no tratamento de saúde do apenado.

Na 12ª reportagem da série “Liberdade Vigiada”, você vai conhecer a história de agentes que trabalharam em outros sistemas prisionais. E quem viu a morte bem perto – histórias dos agentes e da Andrea. E a diferença da PEG UP em relação a outros presídios.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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