Boqueirão e Vila Bela possuem maiores índices de violência contra a mulher, em Guarapuava

Um estudo realizado pela bióloga Luzia Boris, ex acadêmica da Faculdade Guairacá, juntamente com o doutor Marcos Aurélio Pelegrina e com a acadêmica do curso de geografia Daiane Campos, da Unicentro, mapeou as ocorrências de violência contra a mulher registradas em Guarapuava. Intitulado “Análise de dados de violência contra a mulher em Guarapuava –PR”, o estudo revelou que as regiões mais afetadas pelos crimes contra as mulheres são os bairros Boqueirão e Vila Bela.

A pesquisa considerou os números de casos ocorridos entre janeiro de 2017 e julho de 2018. No total, 3.138 ocorrências de violência contra as mulheres estão registradas na Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná (SSP), referindo-se ao município de Guarapuava. A partir do recorte, o trio observou que, em média, 5 a 6 casos são registrados por dia pelas guarapuavanas.

(Fonte: pesquisa Análise de dados de violência contra a mulher em Guarapuava –PR)

A partir da análise de dados distribuída conforme o tipo de violência registrada, os pesquisadores conseguiram chegar ao mapeamento das regiões com maior índice deste crime. Para isso, seguiram as divisões de categorias de violência estabelecidas pela SSP. No que se refere aos dados de violência psicológica (ameaça, difamação e injúria), que somam 765 no total, os maiores registros de casos estão nos bairros Vila Bela e Boqueirão (mapa abaixo).

(Fonte: pesquisa Análise de dados de violência contra a mulher em Guarapuava –PR)

Nas 697 ocorrências de violência física, os mesmo bairros alcançam os maiores índices (mapa abaixo).

(Fonte: pesquisa Análise de dados de violência contra a mulher em Guarapuava –PR)

Nos 26 registros de violência sexual, a incidência é maior nos bairros Boqueirão e Jardim das Américas (mapa abaixo).

(Fonte: pesquisa Análise de dados de violência contra a mulher em Guarapuava –PR)

Já na violência urbana, sofrida por mulheres em vias públicas, está a maior incidência da cidade. No total, são 1650 casos registrados neste período, com maior ocorrência no bairro Boqueirão (mapa abaixo).

(Fonte: pesquisa Análise de dados de violência contra a mulher em Guarapuava –PR)

De acordo com Luzia, a pesquisa ainda “é um artigo preliminar, onde pretendemos fazer o acompanhamento de casos durante o decorrer desse ano, assim, podendo comparar com as pesquisas anteriores e ter um índice mais específico”, conta a pesquisadora.

No final de outubro, o material foi apresentado no final de outubro no IV Congresso de Agrárias e Ambientais (CONSEAAG), realizado na Unicentro. Para a pesquisadora, o desenvolvimento de estudos que mapeiam tal cenário crítico da sociedade é de fundamental importância para encontrar meios de transformá-lo.

Com o incentivo à pesquisa pode-se mudar essa situação! Buscando ajudar mulheres de todas as classes sociais. Acredito que o trabalho funcione como um incentivo, por exemplo, para palestras que abordem o tema nas pequenas e grandes empresas. Tentando, de alguma forma, mostrar para a sociedade que não cabe só para o departamento civil, mas sim, ajudando a mudar o pensamento, muitas vezes, machista e egoísta que a maioria dos homens, maridos e namorados tem a respeito do papel da mulher na sociedade! Mostrando o quanto isso pode ser prejudicial e muitas vezes acabar em resultados trágicos.