22/08/2023
Agronegócio Cotidiano Paraná

Baixas temperaturas não provocaram perdas expressivas na agricultura

O frio pode trazer benefícios em alguns casos, como no trigo com 46% da área semeada. Lavouras não chegaram ao estágio crítico para o frio

Lavoura de trigo. Tibagi, 12/09/2019 Foto:Jaelson Lucas / AEN

O frio não trouxe perdas expressivas para as lavouras de trigo (Foto: Jaelson Lucas/AEN)

A massa de ar polar que chegou ao Paraná nesta semana provocou queda de temperaturas em praticamente todo o Estado e formação de geadas fracas em algumas Regiões. Mas segundo especialistas não houve registro de perdas expressivas em lavouras. Além disso, o frio pode até trazer benefícios em alguns casos, como no trigo.

De acordo com os técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), apesar da preocupação que a queda na temperatura traz aos produtores, especialmente em relação à segunda safra de feijão e de milho, ela também pode ter efeitos benéficos. O trigo, por exemplo, está com 46% da área semeada, mas as lavouras ainda não chegaram em estágio crítico para o frio. Pelo contrário, a atual onda favorece a aclimatação e estimula o perfilhamento.

Além disso, temperaturas negativas controlam a população de insetos e plantas que poderiam prejudicar o cereal. Nesse caso, a geada contribui para a redução no uso de produtos de combate às pragas. Além disso, se torna importante para os triticultores em um momento em que os custos de produção continuam em patamares elevados.

MILHO E FEIJÃO

No caso da segunda safra de milho, a não formação de geada relevante em Regiões produtoras, durante a semana, descarta cenário de perdas neste momento. Com a expectativa de que a temperatura se eleve nos próximos dias, as geadas também ficam descartadas. A maioria das lavouras (55% da área) está em fase de frutificação, com condições boas em 87% delas.

Para o feijão, os primeiros informes são de que as geadas ainda não foram tão fortes a ponto de causarem perdas expressivas. Com isso, está mantida a última projeção do Deral de produzir 605 mil toneladas em 301 mil hectares. Para esta segunda safra, o feijão preto ganhou mais espaço em relação ao tipo cores, devido aos preços convidativos do início do ano.

SOJA E TOMATE

O Deral aponta ainda a expectativa de que o Valor Bruto de Produção (VBP) da soja em 2021, que deve ser divulgado dentro de alguns dias, atinja R$ 50 bilhões. Isso representaria alta de 70% se comparado com o ano anterior, ainda que a produção seja ligeiramente inferior ao recorde conseguido em 2020, de 20,7 milhões de toneladas.

O boletim também registra a queda no preço do tomate. Na Ceasa de Curitiba, as caixas de 20 quilos tiveram os preços reduzidos em 40% e foram comercializadas, neste mês, por R$ 90. Em abril, o valor estava em R$ 160. A tendência é que até setembro recuem ainda mais, na medida em que a colheita avança.

AVICULTURA E PISCICULTURA

O registro em relação ao frango paranaense é de redução em 3,29% no custo de produção em abril, relativamente ao mês anterior, caindo de R$ 5,77 o quilo produzido para R$ 5,58. A alimentação, principal item, passou a representar 75,79% do custo de produção, uma queda de 3,35% em relação a março. No entanto, se comparar com os últimos 12 meses, houve aumento de 9,45%.

A atividade envolvendo pescados ainda é pequena no Paraná. Em 2020, atingiu R$ 1 bilhão em Valor Bruto de Produção, representando 0,8% do VBP total do Estado. Mas o boletim acentua que a atividade está em expansão, sobretudo em relação à tilápia, com expectativa de crescimento acima de 20% ao ano.

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Mayara Maier

Jornalista

Jornalista, 24 anos, formada pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) há dois anos. Escreve sobre conteúdos diversos e é responsável pela cobertura de jogos do Clube Atlético Deportivo (CAD), equipe masculina de futsal em Guarapuava.

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