1.759 bebês atendidos e alimentados nas UTIs Neonatal do terceiro planalto. 2.819,8 litros de leite humano coletados. 3.234 mães com dificuldade na amamentação atendidas e acolhidas. Estes são os dados do banco de leite humano do Hospital São Vicente, em Guarapuava. Todos eles refletem a empatia, a solidariedade e o amor de 3.671 mães doadoras que, desde o surgimento do banco, em junho de 2013, doam parte de si, para alimentar tantas crianças.
O amamentar, ato puro de amor materno, é ainda mais valioso neste mês de agosto, período de incentivo nacional a amamentação. Com o lema “Amamentar vale ouro”, a campanha destaca a preciosidade e riqueza do leite materno.
Em Guarapuava, três profissionais são as responsáveis pela acolhida e pela atendimento às mamães e às crianças atendidas pela unidade. É pelas mãos e coração delas, que passam as crianças que recebem o leite, as mamães com dificuldades de amamentar e, também, as mães doadoras e solidárias.
É também a dedicação delas que possibilitou que, desde 2014, a unidade receba, anualmente, o Certificado Excelência em Bancos de Leite Humano, na categoria ouro. De acordo com a nutricionista e coordenadora do Banco em Guarapuava, Franciele Boaria, a certificação vem selar o comprometimento do trabalho realizado, que regularmente, atende todos os quesitos estabelecidos no Programa Iberoamericano de Banco de Leite Humano, feito pela Rede Global de Bancos de Leite Humano e pela Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde (MS).
Para este mês, Franciele destacou que a sala da unidade ganhou uma cor especial.
Decoramos nosso espaço com o dourado da campanha para incentivar e destacar ainda mais, a importância da amamentação. Além disso, também estamos entregando um lacinho dourado para conscientizar os colaboradores do hospital a incentivar e apoiar o aleitamento materno.
De acordo com Franciele, atualmente, o banco atende cerca de 20 crianças, entre as UTIs do Hospital São Vicente e Santa Tereza. O departamento conta com cerca de 50 doadoras, número ainda restrito, segundo Franciele, já que cada uma possui um fluxo diferente de coleta.
Nesta época mais fria do ano, é comum as doações para o Banco de Leite Humano diminuírem, já que, segundo a nutricionista, no calor as mães doadoras conseguem “esgotar” mais vezes, fator que contribui para o aumento do estoque.
“É uma dieta de três em três horas, uma demanda bem alta, e nessa época fica um pouco mais apertado para atender bem a todos”.
BENEFÍCIOS
“Quando uma criança recebe leite materno desde o nascimento tem menor risco de ter doenças como diarreia e infecções respiratórias, problemas graves e que podem levar os bebês à morte. Também têm melhor desenvolvimento físico e cognitivo”.
A declaração é do Secretário de Saúde do Estado, Antônio Carlos Nardi, que reitera a atenção paranaense para a campanha do agosto dourado. De acordo com o secretário, para os bebês, o aleitamento materno significa ter alimentação de qualidade, de fácil digestão, sempre na temperatura certa e com todos os nutrientes necessários. O próprio ato de sugar o peito traz benefícios, auxiliando no desenvolvimento da arcada dentária do bebê, da fala e da respiração.
“O aleitamento materno traz benefícios para a mãe, para o bebê, para toda a sociedade. Todos nós podemos apoiar essa prática, incentivando e oferecendo suporte para as mães que desejam e querem amamentar”, reitera Nardi.
PARA DOAR
Para ser uma doadora, basta ligar ou ir ao Hospital São Vicente e agendar uma visita. A partir dela, será feito o cadastro, repassado todas as informações e realizada a entrega do kit. Além disso, a mamãe precisa estar em dia com a carteira de pré-natal e exames.
Após a coleta, a equipe faz a retirada dos frascos que já estão prontos para análise. Antes de alimentar os pequenos, o leite é pasteurizado e passa por análises clínicas, em parceria com o laboratório da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), localizado no campus Cedeteg.
Para buscar mais informações sobre o banco de leite basta procurar a coordenadora Franciele ou entrar em contato pelo telefone (42) 3621-7800.