22/08/2023
Segurança

Bandidos estão mais violentos, mas Polícia tem sido ágil na prisão

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Por Cristina Esteche com fotos da PM

Assaltantes da residência no domingo (11)

A violência na ação de assaltantes que agem em Guarapuava surpreende até mesmo policiais. São crimes que vem sendo cometidos por mais de três pessoas, em muitos casos, encapuzadas, armadas e que se utilizam de truculência para intimidar ainda mais as vítimas.

No domingo (11), por exemplo, convidados e familiares foram rendidos por três assaltantes durante uma festa que estava sendo realizada numa das casas localizadas na rua Vereador Joel Vicentin.  “As pessoas foram agredidas e ameaçadas, além de terem sido roubadas. Os assaltantes levaram pertences pessoais, um veículo GOL  com placas AMJ 5918 e uma caminhonete AKZ 7772.

De acordo com a Polícia Militar, Erinaldo José Falcão entrou em contato com a PM e contou que dois assaltantes estavam armados com revólveres. Após diligências, durante a madrugada a PM abordou o Fiat Tipo CAW 7620 onde estavam Leonardo Hector Soto, Ivan Ericke de Lima, Eliton José Kira e Sandro Rafael Andrade dos Santos, além de um revólver Taurus calibre 30 e outro da marca antiga INA calibre 32, munições e 3,6 gramas de maconha. O veículo Gol foi recuperado. “Eram 2h30 da manhã de segunda-feira (12) quando entregamos os assaltantes na delegacia”, afirma um dos policiais que participou da perseguição contra os suspeitos.

De acordo com a PM, a polícia já identificou quem seria o interceptador dos produtos roubados e está em seu encalce.

Esse é apenas mais um caso que atingiu famílias guarapuavanas. O comércio de pequeno porte também está sendo alvo de assaltantes. “Eu tive a minha loja assaltada por encapuzados e armados que aproveitaram a fragilidade do momento para ameaçar a agredir”, diz uma vítima que pediu para não ser identificada. “A gente não sabe se os ladrões foram presos e ainda são capazes de voltarem e acabar com a vida da gente”, justificou.

De acordo com um policial que compõe a P2 Serviço Reservado da PM,  e que pediu para que sua identificação seja omitida, essa mudança no comportamento de assaltantes se deve a uma onda nacional. “O criminoso local observa a ação de outros, é motivado e pratica como viu. Outro grupo vê a ação de outros na cidade e passa a agir igual”.  A impunidade é outro fator que contribui para o aumento da violência. “Se o ‘cara’ tiver a certeza de que vai ser punido ele deixa de fazer, mas em muitos casos, comete o crime, é detido, paga a fiança e sai”.

A política de desencarceramento, segundo o PM, e a interpretação da legislação contribuem  com a impunidade.

POLÍCIA ESTÁ PRENDENDO

Apesar das ações dos grupos criminosos terem mudado a estratégia de ataque a polícia está prendendo. De acordo com uma estatística da Polícia Militar apresentada durante a audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Guarapuava na noite dessa quarta (14), sobre segurança pública, 17 assaltantes foram presos entre 15 de março e 11 de abril deste ano. Destes, apenas um não tinha ficha policial por roubo.

"VÍTIMA TAMBÉM É CULPADA"

 A Polícia Militar atribui uma parcela de culpa às vítimas em casos em que os agressores não são detidos. “A vítima precisa colaborar e pode fazer isso de duas formas: a primeira, no caso de comércio, é a instalação de câmeras de modo que capte imagens também externas, ou de detector de presença, um dispositivo pelo qual a pessoa aciona alarmes. A outra é  colaborando para a identificação do criminoso, quer seja pela voz, pelas características físicas”, diz o policial da P2.

A juíza da 1ª Vara Criminal, Carmen Mondin também fez um apelo às vítimas para que colaborem para a elucidação de casos. “As pessoas tem medo de falar e muitas vezes isso impede que um criminoso seja preso. Precisamos de informações”, afirmou.

Cristina Esteche

Jornalista

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