22/08/2023


Política

Barros critica prisão de Maluf e diz que Judiciário faz ‘jogo político’

Para o ministro, que é deputado federal do partido de Maluf, com a decisão, o STF deixou o parlamentar “pendurado” até fevereiro

Ministro Ricardo Barros concede sua primeira coletiva

O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), criticou a prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) na véspera do recesso e acusou o Judiciário de fazer “jogo político” contra o Congresso. Para o ministro, que é deputado federal do partido de Maluf, com a decisão, o STF deixou o parlamentar “pendurado” até fevereiro.

Para Barros, as prisões de políticos como Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima ocorreram porque o Congresso ameaçou votar o projeto de lei de abuso de autoridade do Judiciário.

“O processo dele [Maluf] já estava lá há seis meses para dar esse despacho. Vai dar o despacho na boca do recesso do Judiciário para o cara ficar pendurado. Todo mundo é inteligente, sabe pensar, sabe fazer conta. Eu acho que isso não é correto, não é adequado. A Justiça não está aí para fazer efeito político das coisas. Aí você lembra: ‘ah, vai votar abuso do Judiciário?’ Prende Eduardo Cunha. Aí vai votar de novo o abuso do Judiciário, costuram os líderes? Prende o Geddel. Eles fazem um jogo muito claro de ação política sobre as decisões do Congresso, ficam constrangendo, ameaçando”.

Perguntado se o partido dele pensa em expulsar Maluf – condenado e preso por lavagem de dinheiro e corrupção – o ministro refutou: “Olha, nosso partido não é muito dessas coisas”.

Barros elogiou o ministro Gilmar Mendes, do STF, por proibir conduções coercitivas. E disse acreditar que a Corte irá rever decisões envolvendo delações premiadas e prisões.

“Agora que baixou a temperatura você vai ver o STF desfazer um monte de coisas que foram feitas no calor das coisas”.

Cristina Esteche

Jornalista

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