sexta-feira, 20 de jun. de 2025
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Bebês ‘reborn’ geram polêmica e chegam à Alep

Os 'reborn' estão no centro das atenções, e das polêmicas. “Fazer batizado, festa de aniversário e outras ações 'humanas' caminha para o aspecto patológico", diz psicólogo

Bonecos hiper-realistas estão no centro das atenções (Foto: Freepik)

Eles choram, dormem e até recebem nomes e enxovais. Os bebês ‘reborn’, bonecos hiper-realistas que imitam com impressionante fidelidade recém-nascidos humanos, encontram-se no centro das atenções, e das polêmicas. Criados originalmente como peças de arte e objetos de coleção, eles conquistaram um público que ultrapassa o limite do estético: adultos que cuidam desses bonecos como se fossem filhos de verdade.

Esse fenômeno desperta reações extremas, do encantamento à inquietação social. Por conta dessa onda, o mercado é promissor. Artistas especializados chegam a cobrar mais de R$ 5 mil por um exemplar, dependendo do grau de realismo. A dimensão do fenômeno é tamanha que chegou ao Legislativo do Paraná. O deputado Ney Leprevost, presidente da Frente Parlamentar de Medicina, propôs um projeto de lei para coibir o uso abusivo dos ‘reborn’.

A ideia é estabelecer multas para quem utilizar os bonecos para furar filas, ocupar assentos preferenciais ou obter atendimento em serviços destinados exclusivamente à primeira infância, como transporte público ou unidades de saúde. Fatos esses que já surgem em muitas cidades. Na Câmara dos Deputados, três projetos de lei protocolados propõem atendimento psicológico aos colecionadores e multa para quem usar as bonecas hiper-realistas na fila preferencial.

Feiras, encontros e até simulações de registros de nascimento alimentam o universo ‘reborn’, que cresce nas redes sociais. Mas até onde vai o saudável e onde começa o exagero?

PSICÓLOGO ANALISA

O psicólogo guarapuavano Silvio Ortiz pondera. De acordo com o especialista, em determinados contextos, esses bonecos podem ter função terapêutica, auxiliando pessoas em luto, pacientes com Alzheimer ou casos de ansiedade e solidão. “Eles ajudam a criar vínculos e rotinas que confortam, servindo como ponto de apoio, de conforto”.

No entanto, quando o apego ao ‘reborn’ substitui relações humanas reais, pode sinalizar quadros de desequilíbrio emocional. “Fazer batizado, festa de aniversário e outras ações ‘humanas’ caminha para o aspecto patológico. Começa a fugir de uma normalidade querendo conferir características que não fazem sentido”. Nesta sexta (23), o Portal RSN exibe um podcast com o psicólogo Silvio Ortiz, que abordará esse tema e o que são os theryans.

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Cristina Esteche

Jornalista

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