O prefeito de Pinhão, Valdecir Biasebetti, voltou atrás e assinou convênio com o Hospital Anjo Protetor. Até poucos dias, o prefeito se mantinha irredutível. Tanto é que o hospital reabriu as portas no início de agosto, apenas com atendimento particular. De acordo com o diretor do ‘Anjo Protetor’, Reinaldo Rocha, a administração municipal não tinha interesse na parceria por entender que o Pronto Socorro Municipal supria a demanda.
Em reportagem veiculada pelo Portal RSN em 8 de agosto deste ano, Reinaldo disse que em várias reuniões com a equipe de saúde municipal, a afirmação era que não havia necessidade porque havia a UPA. Porém, no contrato assinado pelo prefeito há contradição. A justificativa da Prefeitura diz que o município ficou sem atendimento hospitalar “desde que a última instituição encerrou as atividades”. Isso, segundo o contrato, ocorreu há 18 meses, “deixando a população sem esse serviço essecial”.
Assim, a partir dessa mudança de ideia, Biasebetti, nessa terça (20), assinou o convênio que repassa mais de R$ 20 mil por mês ao Hospital, até 31 de dezembro deste ano. No entanto, há pontos soltos entre o que diz o contrato e o que informou Reinaldo ao Portal RSN, nesta quarta (21).
CONTRADIÇÃO
O contrato prevê a disponibilidade de 37 leitos da capacidade total de 123 existente no hospital. Inicialmente, Reinaldo disse que se tratavam de 37 leitos. Todavia, em mensagem enviada ao Portal RSN nesta quarta, ele pede que seja desconsiderada essa informação. “Desconsidere os 35 leitos que falei. Eu me equivoquei com outra situação particular”.
Ele disse que o convênio foi pelo valor de AIH (Autorização de Internação Hospitalar), até o teto de R$ 20 mil por mês. Contudo o contrato cita a contratualização de 37 leitos com custo médio de R$ 541,14 por leito.
Ocorre que na reportagem anterior, veiculada pelo RSN no dia 8 de agosto deste ano, Reinaldo disse ter recusado o repasse mensal de R$ 20 mil para 12 leitos. Agora, o convênio assinado prevê um aumento superior a 300% no número de atendimentos e pelo mesmo valor recusado anteriormente. E se o paciente internado sofrer alteração no quadro de saúde e precisar de internamento de média ou alta complexidade, vai depender da Central de Leitos do Paraná. Antes, porém, todos os casos devem ser referendados ao atendimento 24 Horas do Município.
“CONTINUA IGUAL”
Outro ponto que chama a atenção, é que embora o ‘Anjo Protetor’ possua uma das maiores maternidades da Região, segundo Reinaldo Rocha, gestantes não vão ter atendimento. Ou seja, as parturientes vão continuar tendo que viajar cerca de 40 quilômetros para atendimento no Novo Hospital Santa Tereza, em Guarapuava.
Para pinhãoenses que entraram em contato com o Portal RSN, tudo continua igual. “Além de gastar dinheiro do município, trocaram seis por meia dúzia. A população continua sofrendo”.
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