A Biblioteca Pública do Paraná (BPP) fechou suas portas no dia 17 de março, seguindo a orientação do Governo do Estado para o enfrentamento ao coronavírus. Desde então, implantou alternativas para manter o contato com os usuários e atendê-los de forma remota.
Conforme a Agência Estadual de Notícias, a biblioteca ficou impossibilitada de emprestar livros. Desse modo, a instituição intensificou as ações culturais e de incentivo à leitura na internet. Assim, adaptando projetos já existentes e criando novos conteúdos para adultos e crianças. O resultado desse esforço fez com que houvesse um aumento expressivo da audiência dos canais digitais, que também passaram a alcançar outros estados do Brasil.
Apenas no site, a biblioteca atraiu 89% de novos usuários desde o início da pandemia. O número de acessos também deu um salto: foram 2,5 mil em março e 19,6 mil em novembro. De acordo com Ilana Lerner, diretora da instituição, a biblioteca fez questão de manter o vínculo com os usuários.
Nossa principal preocupação foi migrar o máximo dos serviços oferecidos para os meios digitais e criar outros novos, sem cancelar nenhum. Ao contrário, conseguimos criar versões mais atuais e abrangentes de alguns deles, como o jornal Cândido, a Festa Literária da Biblioteca e o Prêmio Biblioteca Digital.
Único jornal de literatura editado por uma biblioteca pública no país, o Cândido segue sendo produzido em versão on-line durante a quarentena. Nesta nova fase, a publicação, que circula mensalmente desde 2011, ganhou mais dinamismo e urgência, conectando o universo literário e das artes em geral com os grandes debates contemporâneos.
CONCURSO
Outra ação tradicional da BBP, é o concurso literário anual, também migrou totalmente para o formato digital. Transformado em Prêmio Biblioteca Digital, recebeu mais 1,2 mil inscrições de escritores de todo o país. Dessa forma, os autores concorreram com livros inéditos em quatro categorias. Os 12 melhores colocados receberam prêmios em dinheiro e tiveram suas obras publicadas no formato de e-book e disponibilizadas gratuitamente no site da Biblioteca Pública.
Conforme o escritor Alexandre Gaioto, segundo colocado na categoria poesia com o livro ‘Não Há Dezembro Neste Breu’, o concurso foi um alento. “Neste momento tão conturbado para a cultura brasileira, um prêmio desse tipo, organizado no Paraná, é um alento para autores, diagramadores, capistas, revisores, jurados. E claro, leitores, que terão acesso às obras, sem desembolsar um tostão, degustando um pouco da literatura brasileira contemporânea”.
Dessa maneira, encerrando a programação do ano, a BPP promoveu, entre os dias 8 e 11 de novembro, a quarta edição da sua festa literária, a Flibi. Totalmente on-line, com bate-papos e cursos ao vivo transmitidos pelo YouTube, a programação reuniu mais de 20 convidados. Nomes como Eliane Brum, Ignácio de Loyola Brandão, Xico Sá, Paulo Scott, Ferréz e Mel Duarte participaram do evento, que também contou com atrações para o público infantil.
REDES SOCIAIS
Além disso, a Biblioteca Pública ainda mantém um trabalho permanente de incentivo à leitura nas redes sociais Instagram, Twitter e Facebook — todas com o endereço @bibliotecapr. São posts com indicações de bibliotecas digitais e e-books gratuitos, além das séries ‘Dica da Equipe’, com sugestões de leitura dos próprios bibliotecários e funcionários da instituição).
Bem como, o ‘Onde Escrevo’, em que escritores e jornalistas do estado mostram os locais de trabalho e leitura durante a quarentena, ‘Nosso Acervo’, com raridades e curiosidades disponíveis para empréstimo e consulta na BPP e ‘Vitrine’, um espaço para autores divulgarem novos projetos.
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