22/08/2023
Cotidiano

Bin Laden: Guarapuavano descreve comemoração em Nova Iorque

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Osama Bin Laden, a mente por detrás do ataque mais devastador em solo americano, e o homem mais caçado do mundo, foi morto em um tiroteio com as forças armadas americanas no Paquistão, conforme anúncio do Presidente Obama ontem a noite.

Em uma aparição dramática já tarde da noite, o Presidente Obama declarou que “justiça foi feita” à medida que ele comunicava que o exército e a inteligência americana (CIA) finalmente encurralaram Bin Laden, o líder da organização Al Qaeda que ludibriou os Estados Unidos por quase uma década.

Oficiais americanos disseram que Bin Laden foi baleado na cabeça, após resistir, e foi enterrado no mar seguindo a tradição muçulmana de que o corpo deve ser enterrado antes que se passem 24 horas após a morte.

De acordo com o guarapuavano Diego Esteche Nunes, que mora em Nova Iorque  a quase cinco anos, a notícia causou uma emoção extraordinária com uma multidão de pessoas se agrupando em frente a Casa Branca em Washington, na Times Square e no Marco Zero em Nova Iorque, acenando a bandeira americana, gritando, gargalhando e entoando “USA, USA!”.

Em Washington uma multidão saiu em carreata e buzinaço durante toda a noite.
“Durante duas décadas, Bin Laden foi o líder e o símbolo da Al Qaeda”, disse o presidente em comunicado televisivo a todo o mundo. “A morte de Bin Laden marca a conquista mais importante da nossa nação até o dia de hoje para derrotar Al Qaeda. Mas a sua morte não resulta no fim de nossa jornada. Não há dúvidas que a Al Qaeda continuará a planejar ataques contra nós. Nós devemos e iremos estar atentos em nosso pais e em todo o mundo.”

Quando o fim chegou a Bin Laden, ele não foi encontrado em áreas tribais remotas no Paquistão, aonde presumidamente ele esteve escondido desde o ataque que derrubou as Torres Gêmeas, símbolo do poderio norte-americano, em 11 de setembro de 2001, mas em uma pequena mansão a cerca de uma hora de distância ao norte de Pakistana, a capital de Islamabad no Paquistão. Ele estava escondido em Abbottabad, uma cidade de médio porte, que serve de base de treinamento para o exército paquistanês.

A casa situada no final de uma estrada de chão, era cerca de oito vezes maior que as outras casas da localidade e avaliada em USD 1 milhão, mas não possuía telefone ou conexão de internet. Quando os militares americanos chegaram à localidade, Bin Laden demonstrou resistência e foi baleado em meio a um tiroteio, segundo declaração de um oficial das Forças Armadas americanas à imprensa internacional.

O ataque dessa madrugada, segundo o oficial, estava sendo planejado desde o verão passado. Desde março deste ano, de acordo com a imprensa internacional, o Presidente Obama presidiu cinco reuniões do Comitê de Segurança americano na Casa Branca para discutir o plano de invasão à residência. Após a sua visita à região afetada pelo tornado nos EUA, finalmente autorizou o ataque.

Além de Bin Laden, três outros homens foram mortos, sendo um deles possivelmente seu filho e os outros dois seus guarda-costas. Nenhum americano se feriu durante o ataque.
Em sua grande maioria, foram os jovens que saíram festejar nas ruas americanas. Alguns subiram as árvores e postes de luz em frente à Casa Branca (foto). Alguns deles fazem parte de famílias vítimas do ataque às Torres Gêmeas em Nova Iorque em setembro de 2001.

Segundo Diego Esteche Nunes, o Prefeito de Nova Iorque Michael Bloomberg disse em comunicado à imprensa, que a população de Nova Iorque esperou cerca de 10 anos por essa notícia.
“A minha esperança é que essa notícia traga algum conforto e marque o inicio de uma nova era para aqueles que perderam parte de sua família em setembro de 2011.”

Analistas internacionais acreditam que a morte de Bin Laden foi o segundo grande baque para a Al Qaeda, seguido do mísero efeito de sua campanha anti-EUA frente a atual crise no mundo árabe.

Simpatizantes da Al Quaeda reagiram com desprezo e raiva ao anúncio da morte de Bin Laden, e pediram aos membros que esperassem a confirmação oficial da Al Qaeda antes de qualquer reação, segundo informação de organizações internacionais que monitoram grupos radicais islâmicos.

De acordo com Diego Esteche Nunes, que é economista e possui MBA em Administração pela Universidade de Columbia, ainda se vê como incerto os desdobramentos que a morte de Obama vai causar nas relações americanas com o Oriente Médio e na batalha contra ao terrorismo. Apesar de Bin Laden ser o líder da Al Qaeda, acredita-se que somente servia de inspiração e não se tratava do líder operacional de fato. Analistas internacionais acreditam que o maior efeito será moral, uma vez que o líder número dois na organização, Ayman el Zawahiri, não desfruta de tanto carisma como Bin Laden.

Cristina Esteche

Jornalista

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