‘Boa noite Cinderela’ diminui capacidade de raciocínio e força muscular

‘Boa noite Cinderela’ diminui capacidade de raciocínio e força muscular (Imagem: Reprodução/Freepik)

Conhecida também como ‘droga do estupro, o ‘boa noite cinderela’ é um golpe feito em festas e casas de show noturnas que consiste em dopar alguém. Na maioria das vezes, homens usam essa ‘tática’ para ‘facilitar’ abusos sexuais contra mulheres. Isso porque, após tomar a droga, a pessoa fica desorientada e tem um ‘apagão’ de memória.

O golpe comumente consiste em adicionar na bebida, principalmente alcoólica, substâncias ou medicamentos que atuam no sistema nervoso central. Dessa forma, elas acabam causando alguns sintomas na vítima, como diminuição da capacidade de raciocínio e perda da força muscular.

Além disso, também é comum que a pessoa caia num sono profundo, podendo dormir de 12 a 24 horas e não consiga recordar o que aconteceu após tomar a bebida. Não há como identificar as substâncias pelo gosto, pois elas são facilmente dissolvidas.

Dentre as substâncias mais utilizadas nesse golpe, há o Flunitrazepam, um medicamento responsável por induzir o sono poucos minutos após a ingestão. Assim como o Ácido Gama Hidroxibutírico (GHB), que pode diminuir o nível de consciência da pessoa e o Cetamina, que é um anestésico e analgésico.

SINTOMAS

Conforme especialistas, os primeiros sintomas após ingerir a droga são semelhantes aos da embriaguez por bebida alcoólica, o que pode fazer com que a vítima não aparente estar em risco. Ou seja, a vítima fica eufórica, desinibida e passa a ter descoordenação motora.

Por último, os medicamentos ou substâncias, misturados com a bebida alcoólica, causam um estado de entorpecimento. Assim, a vítima entra em estado de coma, não reage a estímulos e não lembra do que aconteceu depois.

Um alerta importante é que a vítima, geralmente mulher, passa a não ter mais capacidade de raciocínio. Ela aceita tudo que lhe é oferecido e também aceita ir a qualquer lugar, como se estivesse hipnotizada.

AJUDA

Devido ao constrangimento das vítimas e também à falta de clareza quanto ao que aconteceu, já que a droga causa perda de memória, poucas mulheres registram boletim de ocorrência. Dessa forma, não há estatísticas certas de quanto o crime acontece e a ação da polícia é restrita.

Contudo, ao perceber que tornou-se vítima desse golpe é imprescindível procurar atendimento médico e uma delegacia de polícia. O hospital pode fazer um exame de urina para saber qual droga estava presente no organismo. Além disso, o delegado também costuma solicitar o exame toxicológico no registro do BO. Essa informação tende a ser útil na investigação.

COMO EVITAR

A forma mais eficaz de evitar o golpe do “boa noite Cinderela” é não aceitar bebidas oferecidas por estranhos em festas e bares. Além disso, recomenda-se ficar sempre atento e segurando o próprio copo enquanto tem bebida, para evitar problemas em um momento de distração.

Ademais, é importante dar preferência a bebidas que venham em embalagens fechadas e também observar o gosto e aspecto do líquido. Por fim, deve-se se procurar sair sempre acompanhada de amigos e pessoas de confiança que possam tomar alguma atitude caso algo aconteça.

PROJETO DE LEI NO PR

(Imagem: Reprodução/Freepik)

Um projeto de lei da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) quer que casas noturnas, de shows e similares disponibilizem tampas ou proteções de copos aos consumidores de bebidas. Dessa forma, os interessados poderiam solicitar o utensílio ao compraram a bebida no Paraná.

Além disso, a proposta também estabelece que as tampas devem ser feitas de material reciclável e que os estabelecimentos não podem cobrar pela proteção. Assim como devem afixar em local de fácil visualização um aviso com a seguinte orientação: “Proteja seu copo. Solicite aqui o seu protetor”.

O PL 638/2020 das deputadas Maria Victoria (PP), Mabel Canto (PSDB) e Cristina Silvestri (PSDB) visa proteger as mulheres que frequentam estes locais. Principalmente O objeto para evitar a utilização delituosa de drogas, como o “Boa noite, Cinderela”, para prática de abusos e outros crimes.

Contudo, o projeto tramita na Alep desde 2020 e ainda não teve aprovação.

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