22/08/2023
Geral Guarapuava

Boatos sobre sequestradores de crianças prejudicam trabalho de fotógrafa

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Bárbara Franco

Guarapuava – Há aproximadamente duas semanas, após o sumiço de uma criança em Telêmaco Borba, surgiram boatos nas redes sociais de que supostamente uma fotógrafa de Guarapuava seria sequestradora de crianças. Na mensagem, a pessoa afirma que um homem careca e uma mulher estariam em um carro preto tentando roubar crianças.

O boato se espalhou rapidamente em grupos no WhatsApp. A falsa notícia deixou a fotográfa Alva de Almeida Nogueira preocupada e com medo de trabalhar, pois após o boato se disseminar, várias mães a procuraram questionando e insinuando que ela seria uma sequestradora. Quanto às descrições da mensagem, sobre um homem careca e uma mulher, Alva explica que ela tem um amigo que é careca e tem um carro preto e quando ela precisa de carona pede a ele. "Foi por essas caracteristicas que pude deduzir que estavam se referindo a mim, pois sou fotógrafa. Tenho um amigo careca que tem um carro preto".

Em outra mensagem, uma mulher pede para que as mães tomem cuidado "porque tem uma quadrilha agindo e se fingindo passar por fotógrafos". Ainda no texto, ela afirma que há uma áudio dizendo que tentaram roubar uma criança em União da Vitória e o carro foi visto no sentido Guarapuava. Recentemente, a Polícia Militar de União da Vitória emitiu uma nota esclarecendo e desmentindo os boatos. De acordo com a PM, a situação foi investigada e foi constatado que as informações no áudio sobre o sequestro não eram verdadeiras.  

                                                   

De acordo com Alva, ela trabalha como fotógrafa há 10 anos e nunca teve problemas, mas agora está sofrendo com as insinuações e ameaças. “Eu não tenho nada a ver com isso. Estou muito preocupada e com medo, pois não posso trabalhar porque as pessoas olham torto e não querem mais deixar eu fotografar seus filhos. Tenho medo de acabar sendo linchada, porque quando o boato acontece, um começa a bater e todo mundo bate. Já teve inocente que morreu por causa disso”.

Alva explica que ela trabalha com parcerias com empresários nos bairros de Guarapuava e já realizou diversos trabalhos. “A parceria funciona da seguinte maneira: o empresário me cede o espaço para eu fazer as fotos e, em troca, eu coloco a logomarca da empresa nos produtos que disponibilizo, como caneca e poster da foto. Quanto ao cadastro que faço é para que quando as fotos estiverem prontas, um representante da empresa possa ir até a casa da pessoa para apresentar as fotos e para que a mãe possa escolhê-las. Minha empresa, incluvise, tem CNPJ".

A polícia alerta que muitos boatos estão sendo criados e disseminados de forma instantânea e irresponsável.

Cristina Esteche

Jornalista

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