Como se não bastasse o negacionismo com a pandemia e os ataques constantes à ‘CPI da Covid’ – que investiga a omissão do governo no combate à pandemia -, o presidente Jair Bolsonaro questiona nos últimos meses e mais ainda nos últimos dias, a credibilidade das urnas eletrônicas. Ataques constantes são semeados por ele e seguidores, nos discursos e nas redes sociais.
Desse modo, Jair Bolsonaro, mais uma vez inflama o discurso com ameaças veladas às eleições presidenciais de 2022. Conforme pesquisas e especialistas, se as eleições fossem hoje, Bolsonaro seria derrotado. Bolsonaro segue sendo investigado pela gestão da pandemia de covid-19, o que contribuiu para a queda de popularidade.
Contudo, o presidente ataca há semanas a confiabilidade das urnas eletrônicas, usadas desde 1996 nas eleições brasileiras. No discurso, ele defende o voto “impresso e auditável” para as eleições de 2022. E inclusive já chegou a insinuar que desistiria de concorrer à reeleição. No último dia 8 de julho, o presidente e ex-deputado chegou a levantar o tom afirmando “ou fazemos eleições limpas ou não temos eleições”. Um dia depois, disse que entregaria a faixa presidencial “para quem ganhar no voto auditável e confiável”.
O vice-presidente Hamilton Mourão disse no dia 5 de julho, que a discussão sobre a possibilidade de introduzir o voto impresso é inócua. Conforme Mourão, o sistema ajudaria a encerrar dúvidas em relação ao processo eleitoral. “Eu não vejo problema em que haja a impressão do voto, conforme eu já falei aqui para vocês. Igual quando você vai em um banco ali, vai na cooperação e imprime e coloca em uma urna na frente do mesário e pronto. Se alguém tiver dúvida conta aquilo ali. Não vejo problema nisso, acho que é uma discussão que ela está sendo inócua”.
E AS PROVAS?
Há cerca de 500 dias, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometeu que apresentaria provas de fraudes nas eleições de 2018. No dia 9 de março de 2020, ele fez a declaração, afirmando que terias as provas em mãos.
Acredito que, pelas provas que tenho nas minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu fui eleito em primeiro turno. Mas no meu entender houve fraude, tá?
No entanto, Bolsonaro já foi desafiado três vezes em ações na justiça a apresentar, mas segue em silêncio. Nos tribunais, o presidente nunca apresentou qualquer indício de irregularidade.
IVERMECTINA
Além disso, Bolsonaro também segue tecendo comentários preconceituosos em relação à pandemia do coronavírus. Nessa quarta (21), durante uma entrevista, o presidente voltou a defender o uso de medicamentos comprovadamente sem eficácia científica, para o combate da covid-19, conhecidos como ‘kit covid’. Assim, defendeu o uso de ivermectina. Ele afirmou que tomou o medicamento e que outros integrantes do Palácio do Planalto também utilizaram o remédio.
Além disso, o presidente mencionou a cloroquina, também sem eficácia comprovada. Em seguida, o entrevistador relatou que também utilizou o medicamento ao contrair a covid-19. Assim, Bolsonaro rebateu “cuidado, que ivermectina mata bichas hein? Cuidado”.
15 OU 23?
Novamente contradizendo as próprias afirmações, o presidente do Brasil está preparando a retomada do Ministério do Trabalho. A ‘nova’ pasta deve ser ocupada por Onyx Lorenzoni, hoje à frente da Secretaria-Geral da Presidência. No entanto, mais uma vez, o movimento contraria o que o presidente prometeu na campanha em 2018.
Em outubro daquele ano, Bolsonaro que era candidato pelo PSL, disse que montaria em três semanas “um ministério enxuto, com no máximo 15 ministros, que possa representar os interesses da população, não de partidos”.
Entretanto, ao contrário da promessa ocorreu uma dança de cadeiras. Agora, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) deve assumir a Casa Civil na vaga do general Luiz Eduardo Ramos, que tende assumir a Secretaria-Geral. Sem falar no troca-troca no Ministério da Saúde e em outros ministérios, como a recente substituição no Ministério do Meio Ambiente.
O ressurgimento do Ministério do Trabalho, se concretizado, levará a 23 o total de pastas no governo Bolsonaro, oito a mais do que o máximo anunciado há três anos. Por fim, a medida representaria um enfraquecimento das atribuições do chefe da Economia, Paulo Guedes.
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