Em novo pronunciamento, o quarto durante a pandemia do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro deu ‘marcha à ré’ no que vinha falando anteriormente. Assim, o presidente deixou de criticar o isolamento social, voltando atrás, mais uma vez, já que no dia 24 de março clamou publicamente a volta à normalidade e o fim do isolamento social no país.
O presidente do Brasil é um dos únicos chefes de estado a contrariar determinações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para se ter uma ideia da instabilidade do presidente, no dia 6 de março quando se dirigiu à nação pela primeira vez sobre a pandemia, Bolsonaro disse que não havia motivo para pânico, nem que o coronavírus agravasse a situação.
Porém, no dia 12, pregou que as manifestações chamadas para o dia 15 em seu favor, eram “legítimas e espontâneas”. Já no dia 24 ele pediu que o país voltasse à normalidade e que o isolamento social chegasse ao fim. Além disso, atribuiu à imprensa a disseminação do pavor. Esse discurso pautou grande repercussão entre políticos, inclusive da sua base de apoio, assim como de vários segmentos da sociedade.
Esse pronunciamento gerou forte repercussão entre políticos, partidos e entidades de diversos setores da sociedade. A crise criou um leque de pedidos de impeachment e afastamento do presidente.
MUDOU O RUMO
Entretanto, numa mudança de rumo, na noite dessa terça (31), Bolsonaro se mostrou preocupado com a vida da população e da economia. “Minha preocupação sempre foi salvar vidas. Tanto as que perderemos pela pandemia como aquelas que serão atingidas pelo desemprego, violência e fome”.
Entretanto, nessa segunda (30), o Diretório Nacional do PDT, presidido por Carlos Lupi, e Ciro Gomes, que é o vice-presidente do partido assinaram um documento em que todos os partidos de oposição ao governo Bolsonaro pedem a renúncia do presidente.
A decisão foi tomada após reunião, por vídeoconferência, de representantes do PDT, PT , PC do B, PSOL, entre outros. Na carta, os líderes oposicionistas afirmam que Bolsonaro tem adotado atitudes irresponsáveis “contra a saúde pública”, como noticiou o Jornal do Brasil.
Além disso, Carlos Lupi também entrou com ação popular contra Bolsonaro, na Justiça Federal de Brasilia. Ele tenta impedir que o presidente faça propaganda contra o isolamento, que é uma orientação das autoridades mundiais da saúde pública. “As atitudes do presidente nos levam a crer que ele queira ser interditado”.
Ainda na segunda (30), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurelio Mello, encaminhou à Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime apresentada pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) que pede o afastamento por 180 dias para apurar possíveis delitos do ex-capitão.
A resposta a esse pedido deverá sair até esta quinta (2). Além desses, o campo progressista divulgou carta exigindo a renúncia do presidente.
Leia outras notícias no Portal RSN.