Do HuffPost Brasil
Brasil – Junto com o anúncio dos prefeitos que foram eleitos, as urnas destas eleições municipais apontaram um índice superior de abstenção comparado a eleição de 2012 – 21,55% diante 19,11%. Este índice aliado à quantidade de votos brancos e nulos dão ainda outro recado: o de que, em algumas cidades, a maioria dos eleitores preferiu não escolher ninguém.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a quantidade de abstenções, votos brancos e nulos (2 milhões) superou o número de votos que prefeito eleito Marcelo Crivella (PRB) teve (1,7 milhão). Em Curitiba, os nulos, brancos e as abstenções chegaram a 422 mil, próximo ao do vencedor Rafael Greca, que teve 461 mil votos. O percentual de nulos praticamente triplicou, foi de 4,21% em 2012 para 11,45%.
Balanço parcial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgado às 21h30 desse domingo (30), mostra que a quantidade de votos nulos foi de 4,2% para 12,4%, na comparação com a eleição municipal anterior. O percentual de brancos foi de 3,58% para 6,54%.
Para o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, o índice de abstenção não é desprezível. Mais cedo, ele destacou que o voto no Brasil, embora obrigatório, está longe de ser uma obrigação. Ele alegou que o valor da multa é baixo (cerca de R$ 3) e a justificativa é fácil de ser feita.
Ele destacou ainda que o número de jovens que se alistaram foi abaixo do esperado. Para ele, é possível que os jovens não estejam relacionando o voto à solução dos problemas que o Brasil enfrenta.
“Temos menos inscritos agora, o que surpreende um pouco, considerando todo esse movimento de jovens nas ruas e as manifestações ocorridas a partir de 2013. Claro que precisamos de uma pesquisa, mas talvez isso mostre que o jovem que foi à rua não imagina, necessariamente, que o processo eleitoral seja a solução para essas mazelas”, afirmou.