Uma doença milenar que começa de forma sutil, sem causar alerta, mas que precisa cada vez mais da atenção da população. A hanseníase, mal de Lázaro ou popularmente conhecida como lepra, é cheia de estigmas. Mas o preconceito não pode fechar os olhos para a enfermidade que coloca o Brasil em segundo lugar no mundo, devido ao alto número de casos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 30 mil novos casos da doença são detectados todos os anos no Brasil. Apesar disso, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), os números no Paraná são menores, com 222 casos diagnosticados em 2021. No entanto em Guarapuava, 16 pessoas tiveram hanseníase em 2020, de acordo com os dados da Prefeitura Municipal.
Por isso, o mês de janeiro ganhou a cor roxa para reforçar a prevenção da hanseníase. Desse modo, o objetivo da campanha é ampliar o conhecimento da população sobre a doença. Isto porque, mesmo que os dados estaduais e municipais sejam baixos, o maior problema é o desconhecimento. Isto faz com que os diagnósticos ocorram tardiamente, muitas vezes apenas pelas sequelas que já apresentam. Contudo, muitas pessoas ainda não sabem que há cura para hanseníase.
SINTOMAS E TRANSMISSÃO
A hanseníase é uma doença crônica e transmissível provocada pela bactéria Mycobacterium leprae. Entre os sintomas, a principal são as manchas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade ao calor, dor ou tato (se queima ou machuca sem perceber). Além disso, é comum formigamentos, diminuição da força muscular, nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos.
Apesar disso, a transmissão não ocorre pelo toque na pele, apenas por meio do contato próximo com o paciente não tratado. Ou seja, por meio de gotículas, como espirros, tosse ou secreção. Por isso, a prevenção ocorre com a avaliação e aplicação da vacina da BCG nos contatos domiciliares.
TRATAMENTO
Para tratar a doença, o paciente passará por um tratamento baseado em poliquimioterapia. E de acordo com Chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Hiagor Silva, pode durar até 12 meses.
O tratamento é feito com rinfampicina, dapsona e clofazimina. Nós chamamos de poliquimioterapia Única (PQT-U). Podendo durar de seis a 12 meses e tem algumas doses supervisionadas mensais, para garantir a tomada do medicamento pelo paciente.
Entretanto, o diagnóstico é essencialmente clínico, feito por meio de um exame dermatoneurológico. Assim, o especialista analisa a pele e os nervos periféricos pela palpação. Também são feitos testes de sensibilidade e força muscular. Dessa forma, ao sinal dos sintomas o paciente pode procurar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) e analisar o caso. Por fim, o diagnóstico precoce ajuda o tratamento.
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