22/08/2023


Geral

Brasil: investimentos serão R$ 4,1 trilhões nos próximos 4 anos

Os investimentos na economia brasileira devem superar R$ 4,1 trilhões no período de 2015 a 2018, segundo estimativas divulgadas hoje (3) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor é 17,1% superior ao previsto para o período de 2010 a 2013, de acordo com o banco.

A maior parte dos investimentos (R$ 1,6 trilhão) deverá ser feita no setor de agricultura e serviços. Nesse segmento, o aumento deve ser 11% em relação ao período de 2010-2013. Já o maior crescimento é esperado no setor aeroespacial (187%), segmento que deverá receber R$ 12 bilhões nos próximos quatro anos.

Outro setor que deverá concentrar boa parte dos investimentos são as residências (R$ 963 bilhões, ou seja, 19% a mais). A indústria deve receber investimentos de R$ 909 bilhões no período, ou seja, 18,5% a mais do que no período 2010-2013.

No segmento industrial, destacam-se investimentos em petróleo e gás (R$ 509 bilhões, ou seja, 42,1% a mais), demais setores (R$ 121 bilhões, ou 8% a mais) e automotivo (R$ 59 bilhões, ou 0,4%). A indústria aeroespacial deverá ter o maior crescimento entre todos: 187%, somando investimentos de R$ 12 bilhões.

O BNDES também espera quedas de investimentos em pelo menos quatro setores da indústria: sucroenergético (-40,5%), siderúrgico (-38,5%), alimentos (-15,8%) e extrativa mineral (-8%).

Já os investimentos em infraestrutura devem somar R$ 598 bilhões no período 2015-2018. A estimativa é 30,8% superior ao período 2010-2013. O setor elétrico terá investimentos de R$ 192 bilhões (crescimento de 0,5%), enquanto as telecomunicações deverão receber R$ 141 bilhões (37,8% a mais).

Os demais setores da infraestrutura deverão receber os seguintes volumes de investimentos: infraestrutura social (R$ 87 bilhões), rodovias (R$ 80 bilhões), ferrovias (R$ 45 bilhões), portos (R$ 36 bilhões) e aeroportos (R$ 16 bilhões).

O superintendente da Área de Pesquisas Econômicas do IBGE, Fernando Puga, destacou que o crescimento de 17% é importante, mas o principal destaque da pesquisa é o perfil desses investimentos, que nos próximos quatro anos deverão uma qualidade maior do que os realizados nos quatro anos anteriores.

“É uma mudança na qualidade com o investimento mais intensivo em tecnologia e menos em capital. No setor de petróleo e gás, há uma perspectiva mais desafiadora que é explorar o petróleo na camada pré-sal. Nas telecomunicações, serão investimentos pesados em 4G que requerem alta tecnologia. Na energia elétrica, teremos investimentos muito maiores nas energias novas. Temos uma mudança na qualidade dos investimentos”, disse.

Cristina Esteche

Jornalista

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