22/08/2023
Economia

Brasileiro é empreendedor e criativo, mas investe pouco em inovação

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“A falta de inovação é o grande gargalo no sistema de empreendedorismo no Brasil. Se não apostarmos na inovação, não teremos competividade”.  A afirmação é do especialista no assunto, consultor e autor de 17 livros na área, José Dornelas, durante palestra realizada para alunos das Faculdades da Indústria do Sistema Fiep nesta quarta-feira (12) e que fez parte do lançamento do projeto Educação Empreendedora. A iniciativa em parceria com o Sebrae vai incentivar, por meio de diversas ações, a cultura empreendedora nos alunos da instituição.

 “As Faculdades da Indústria buscam a cada ano implementar ações para a construção de uma instituição de ensino superior cada vez melhor e com excelência. O empreendedorismo é um dos assuntos que norteiam os programas das Faculdades e a educação que transmitimos aos nossos alunos, por isso a importância de tratar deste tema, tão importante para o desenvolvimento do país”, afirmou o gerente executivo do IEL no Paraná, Eduardo Vaz, durante a abertura do evento.  Segundo ele, as Faculdades querem aproximar mais a indústria de seus alunos e os alunos da indústria. “Por este motivo, todos os anos, pensamos em temas importantes que possam colaborar com o conhecimento dos estudantes e mostrar a realidade do mercado de trabalho”, afirmou.

O Brasil está entre os três países do mundo que mais empreendem, ficando atrás apenas dos EUA e da China, que ocupa a 1º posição no ranking. Porém, quando o assunto é inovação, ele fica abaixo de outros países. “O brasileiro quer empreender, ser dono do próprio negócio, mas inova muito pouco. Precisamos pensar grande. As pessoas ainda preferem fazer mais do mesmo, ir pelo lado mais fácil”, alertou Dornelas. Muitos investem em franquias, sistema no qual o retorno já está garantido e mapeado. “A criatividade do brasileiro deveria levar a inovação, mas não é o que acontece e isso impacta em diversos setores, inclusive na indústria. Inovar é criar uma novidade e gerar valor. É preciso uma mudança de paradigma no perfil empreendedor. A inovação é o diferencial para a competitividade no mercado interno e externo”, complementou.

Ele deu exemplos de diferenças no ensino do empreendedorismo no Brasil e em outros países como um dos fatores que também influenciam os profissionais. “Aqui os professores ainda dizem que é preciso ter o pé no chão. Nos EUA, por exemplo, os americanos incentivam e acreditam em uma ideia, por mais impossível que ela possa parecer e traçam metas ousadas. Muitos acertam e obtém sucesso. É preciso arriscar mais”, revelou.

O sucesso do empreendedor também está ligado à forma como ele vê o negócio. “Não é só o dinheiro que deve importar, mas sim, qual é o valor gerado para a sociedade. Essa é a grande questão. O empreendedor que tem sucesso quer mudar o mundo de formas diferentes, realizar sonhos”.

Dornelas afirmou que empreender é um esporte de risco, no qual poderá se perder muitas partidas, até obter uma vitória. “Empreender não é simples. Não se trata de gostar de algo e correr atrás, mas sim ter conhecimento, buscar oportunidades, entender o ambiente e a sustentabilidade e de que forma esses fatores podem influenciar nos negócios”, disse.

Segundo Dornelas, as características dos empreendedores de sucesso vão além do conhecimento. “Eles são inconformados e desejam mudar o mundo, fazem networking e têm uma boa rede de relacionamentos, identificam janelas de oportunidade e pensam grande”, disse. Para desenvolver uma mentalidade inovadora, é preciso buscar ainda o autoconhecimento, identificar oportunidades no mercado, buscar exemplos de pessoas de sucesso, ter modelos de referência e conhecer o perfil e influência do ambiente. “É necessário tentar, quebrar a cara, fracassar se for preciso, mas nunca deixar de sonhar acordado”, finalizou.

Para saber mais sobre o trabalho realizado por Dornelas, acesse www.josedornelas.com.br.

Cristina Esteche

Jornalista

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