22/08/2023
Mundo

Brasileiro leva Pulitzer por cobertura fotográfica de refugiados

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Com Breno Silveira, de O Globo, e agências

Washington – Na edição anual do principal prêmio mundial de jornalismo, o Pulitzer, a agência Associated Press foi vencedora na categoria de Serviço Público pela reportagem sobre o uso de trabalho escravo na indústria pesqueira do Sudeste da Ásia. O trabalho resultou na libertação de mais de 2 mil trabalhadores cativos. Na categoria de fotografia noticiosa, a agência Thomson Reuters e o diário americano The New York Times dividiram o prêmio por suas imagens da crise migratória na Europa e no Oriente Médio. Entre os vencedores, está o brasileiro Maurício Lima, do NYT.

O anúncio – que marca o centenário do prestigioso prêmio nos Estados Unidos – foi feito nesta segunda feira (18) na Universidade de Columbia, em Nova York. São 21 categorias, incluindo jornalismo, música e literatura.

Trabalhadores de barcos tailandeses e brimaneses mantidos em regime escravo: prêmio para AP/Dita Alankgara

Aos 40 anos, Lima foi lembrado junto aos colegas Sergey Ponomarev, Tyler Hicks (nascido em São Paulo) e Daniel Etter. Especializado em fotografia de afetados por crises sociais e conflitos armados, o fotojornalista paulistano venceu o World Press Photo deste ano e já cobriu locais como Síria, Afeganistão, Iraque e Líbia. Lima já havia sido finalista do Pulitzer em 2015 pela cobertura da crise militar no Leste da Ucrânia.

Como principal aspecto do tabalho de Maurício destacado pelo comitê do Pulitzer, foi sua jornada junto a uma família de refugiados sírios até a Suécia para acompanhar a busca deles por um recomeço longe da guerra.

Na cerimônia, ele recontou como soube da premiação: estava no interior sueco, brincando com as crianças da família Majid (que o chamam de 'tio'). Caiu em lágrimas ao saber da vitória. "A história deles (dos Majid) é provavelmente a maior experiência de perseverança e compromisso que já vi. Cruzaram oito ou nove fronteiras sem apoio de quaisquer voluntários. Jamila, a mãe da família, estava grávida, mas nunca reclamou. As crianças foram muito fortes. Seu espírito e hospitalidade realmente me impressionaram."

JORNAIS SÃO PREMIADOS

Na categoria de reportagem noticiosa, o jornal Los Angeles Times foi premiado por sua cobertura do massacre de San Bernardino, perpetrado por um casal que jurou lealdade ao Estado Islâmico. O Tampa Bay Times e o Sarasota Herald-Tribune dividiram o prêmio de reportagem investigativa.

O Washington Post foi premiado na categoria nacional (EUA) por criar e usar uma base de dados para ilustrar qual a frequência que os policiais do país matam, e quais são os grupos de maior risco. A internacional foi para Alissa Rubin, do The New York Times, por suas matérias sobre a violência contra as mulheres afegãs.

O prêmio ao livro de não ficção foi para Joby Warrick por Black Flags: The Rise of Isis (Bandeiras Negras: A Ascensão do EI), sobre a situação no Iraque e o crescimento do grupo extremista.

Cristina Esteche

Jornalista

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