Apesar do aumento significativo de casos de covid-19 no país em julho, incluindo as unidades carcerárias nacionais, o sistema prisional de Guarapuava não possui nenhum caso. De acordo com a assessoria de imprensa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), até o dia 22 de julho já tinham sido registrados 13.778 casos da doença em prisões de todo o Brasil.
De acordo com o chefe da cadeia pública de Guarapuava, Wellington Rodrigo de Oliveira, a carceragem não possui nenhum caso suspeito da doença. A assessoria de imprensa do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) informou que não há registro de presos com covid-19 nas unidades administradas pelo Depen na regional de Guarapuava.
As cidades que pertencem a regional de Guarapuava são: Iretama, Cândido de Abreu, Manoel Ribas, Reserva, Pitanga, Palmital, Cantagalo, Guarapuava, Prudentópolis, Pinhão, Irati, Rebouças, São João do Triunfo, Mallet, São Mateus do Sul e União da Vitória.
NO ESTADO
O Governo do Estado adota desde março medidas de prevenção para evitar a proliferação de casos da covid-19 na população carcerária. Desse modo, em quatro meses, apenas 0,7% dos 30 mil detentos no sistema prisional do Estado foram infectados e a maioria apresentou sintomas leves. Apenas uma morte foi registrada.
Assim, o Plano de Ação Integrada para Enfrentamento à covid-19 nas carceragens e delegacias de Polícia e Penitenciárias do Estado do Paraná é executado em conjunto pelas Secretarias de Estado da Segurança e Saúde. Além disso, conta com atuação da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) e Fundação Araucária, que contrataram, via chamamento público, bolsistas que estão atuando nas unidades.
Para o diretor-geral do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Francisco Caricati, o plano tem gerado bons resultados.
Considerando nossa população carcerária, que é perto de 30 mil pessoas, tivemos poucos casos registrados. Tudo isso porque estamos agindo com rapidez quando focos são identificados, através do plano de ação.
De acordo com Francisco Carlos Pereira dos Santos, diretor clínico do Complexo Médico Penal, foram montadas oito sentinelas no Estado. Essas unidades estão trabalhando para evitar a entrada de pessoas infectadas no sistema prisional. “Temos sentinelas em todas as regionais do Estado. Cada preso que entra no sistema fica em quarentena, por 14 dias, antes de ser liberado para interagir com os demais”.
Além disso, o médico explica que também são monitorados pelos Sentinelas todos os presos que apresentam sintomas gripais, como febre ou tosse. Quando os sintomas persistem, o detento é encaminhado para Unidade de Pronto-Atendimento mais próxima (UPA), para avaliar a necessidade de internação. Santos afirma que as cadeias públicas são os pontos mais vulneráveis do sistema porque recebem presos que vêm das ruas e que podem espalhar a doença entre aqueles já detidos.
“É por isso que este trabalho de sentinela é fundamental. Estamos conseguindo monitorar bem as ocorrências, agir com rapidez quando focos são identificados. O resultado deste trabalho é que estamos conseguindo manter a doença sob controle entre a população carcerária do estado”.
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