22/08/2023
Política

Cálculo eleitoral prejudica Cristina Silvestri

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Cristina Esteche

A candidata a deputada estadual pelo PPS Cristina Silvestri sai das eleições como  primeira suplente, com cerca de 40 mil votos. De acordo com a votação total, o PPS teve direito a apenas duas das 54 vagas na Assembleia Legislativa do Paraná. Numa terceira vaga, Cristina seria eleita.

De acordo com a avaliação da coordenação de campanha da candidata , a votação em Guarapuava, que foi perto de 20 mil votos, estava dentro da expectativa, o que falhou, porém, foi a votação em outros municípios, cuja previsão era de 30 mil votos. A candidata obteve cerca de 20 mil  mil votos fora de Guarapuava.

Para o prefeito Cesar Silvestri Filho, a pulverização de votos para candidatos de fora também prejudicou a candidata. “Isso acabou reduzindo o voto de todos os candidatos locais. Também houve uma frustração nos demais municípios,” afirmou.

Logo após o resultado das eleições, Cristina Silvestri disse que sai da campanha com a cabeça erguida. “Fiz uma campanha propositiva, tendo como exemplo o que já realizei como secretária municipal de Assistência Social. A legenda do PPS prejudicou, pois não tive coligação," avaliou.

Apesar da votação expressiva, Cristina Silvestri ficou de fora. Assim como outros, a regra eleitoral prejudicou a candidata. Ela chegou a ser anunciada pela imprensa estadual como eleita, mas perdeu força na reta final quando o já deputado Tercilio Turini avançou na votação.

Cristina diz ter a certeza de que fez a sua parte. “Tenho a certeza de que fiz uma campanha limpa, sincera, onde abri o  meu coração conversando com as pessoas. Agradeço a acolhida e o nosso trabalho continua. Há muitas coisas que precisam serem feitas,” afirma.

Cristina Silvestri disse que  vai tirar uns dias para descansar. Ela deve reassumir a Secretaria da qual está licenciada por causa da campanha política.

Matemática política

A matemática política é complexa e permite que candidatos com poucos votos sejam eleitos, em detrimento de outros, que com maior número de votos que derrotados.

Isso acontece, porque no sistema proporcional,  que trata  da escolha de deputados federais, deputados estaduais e vereadores, o número de cadeiras conquistado por cada partido ou coligação é proporcional à soma dos votos obtidos pela legenda e pela soma dos votos de todos os seus candidatos. 
A operação matemática é a seguinte: primeiro calcula-se o coeficiente eleitoral, ou seja, a  divisão do número de votos válidos pelo número de vagas; em seguida, é a vez de chegar ao coeficiente partidário, que é a divisão do número de votos destinados para cada partido ou coligação pelo coeficiente eleitoral. O coeficiente partidário determina o número de vagas a que um partido ou coligação tem direito.

Como raramente a divisão do número de votos válidos destinados a um determinado partido ou coligação pelo coeficiente eleitoral resulta em um número inteiro, nem todas as vagas em disputa são preenchidas a partir do cálculo dos coeficientes partidários. Nesse caso, divide-se o coeficiente eleitoral pelo coeficiente partidário de cada partido ou coligação mais um (1). A vaga remanescente é destinada ao partido ou coligação que obtiver maior média. Esse procedimento é repetido tantas vezes quantas forem necessárias, até que todas as vagas sejam preenchidas – sendo que a cada nova vaga conquistada é somado um ao quociente partidário de cada partido.

Já para as candidaturas majoritárias, que é o caso de presidente, senadores e governadores, o sistema é outro. Ganha o candidato que obtiver a maioria dos votos, com exceção nas cidades onde há mais de 200 mil eleitores. Nesses municípios há o segundo turno, caso nenhum candidato some 50% mais um dos votos na totalidade.

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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