22/08/2023
Política

Câmara se cala perante escândalos envolvendo Guarapuava

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Guarapuava – A Câmara de Vereadores está calada perante os escândalos que vem atingindo a Prefeitura nos últimos dias.

Alunos sem ir à escola por falta de transporte escolar; morte de jogador durante Copa Guarapuava 200 anos, aumento abusivo na taxa da coleta do lixo, motorista que tem cargo de assessor especial do gabinete, bairros abandonados, são apenas algumas situações que envolverm Guarapuava. Mesmo assim o prefeito Fernando Ribas Carli deixa a cidade por uma semana.

Enquanto isso, a cidade é mergulhada em escândalos que pautam a imprensa nacional e internacional sem qualquer repercussão na Câmara de Vereadores, da qual Carli hoje possui a maioria.

A morte do jogador Robson Costa que foi ferido mortalmente por uma lasca que se desgrudou do piso da quadra do Ginásio Municipal de Esportes Joaquim Prestes no sábado (6) mereceu comentários apneas dos vereadores Thiago Cordova (PPS) e Antenor Gomes de Lima (PT). Os dois pronunciamentos se limitaram a lamentar a tragédia.

Dias após a morte do atleta e a repercussão internacional dada ao fato é que dois vereadores da bancada "carlista" – Gilson Amaral (DEM) e Fernando Alberto dos Santos, o Fernando da Maçã (PP) comentaram o caso. Gilson Amaral chegou a prever que jogadores podem ficar com medo de jogar no Jaoquinzão, onde três acidentes com lascas do piso da quadra já foram registrados.

Depois disso, a cidade ganhou destaque nacional mais uma vez no domingo (14), quando o programa Fantástico tentou entrevistar o ex-deputado estadual Fernando Carli Filho e acabou encontrando um assunto que passou a pautar a imprensa durante a semana. O motorista, ou assessor especial de gabinete, Cosme Stimer, que dirigia o carro onde Carli Filho estava ao deixar a 92 FM, emissora de rádio de propriedade do prefeito, ganha salário cujo valor é equivalente aos subsídios de secretário municipal.

Este assunto, de acordo com a Gazeta do Povo, edição de hoje, terça-feira (16), também ganhou evidência na sessão da Câmara Municipal de Guarapuava, realizada na tarde de ontem.

"Dos 12 vereadores da Casa, somente quatro são de oposição. Confor­­me o vereador Nélio Gomes da Costa (PSDB), o bloco de oposição vai fazer um pedido de informação ao prefeito sobre o uso dos serviços do funcionário público."

Nélio, porém, não acredita que o pedido possa ser aprovado pela Câmara. “Mas, se tivermos provas do uso do funcionário, va­­mos investigar.”

Outra denúncia que permeia a Prefeitura é o aumento abusivo na taxa da coleta do lixo em que há casos que registram 750% de aumento sobre o valor pago em 2009. Nem mesmo um pedido de informações feito pelo Ministério Público foi atendido pelo prefeito. A Promotora Bianca Malachine deu novo prazo para que Carli se pronuncie. Este fato também não teve repercussão na Câmara de Vereadores.

O que a maioria dos vereadores fez foi aprovar um projeto de lei que dá o "passaporte" ao prefeito para que possa se ausentar do País sem a autorização prévia da Câmara. Projeto de lei semelhante havia sido rejeitado em 2009 quando Carli anda não tinha a maioria.

Outra denúncia feita ao Ministério Público e que teve pouca repercussão na Câmara é a falta de transportee scolar no interior de Guarapuava. Alunos estão sem ir a aula desde o início do ano letivo e a desculpa dada pela Prefeitura, segundo pais que se reuniram com a vereadora Eva Schran (PHS), é que o município não possui recursos.

O próprio prefeito foi à Câmara na primeira sessão do ano e comemorou superavit de R$ 20 milhões. Também endividou o município em R$ 11,4 milhões sob a anuência da bancada governista.

Em meio a esse turbilhão que envolve Guarapuava o prefeito sumiu. Informações do gabinete oficial dizem que Carli passou a semana em Curitiba e que hoje, terça-feira, está em Guarapuava.

A Câmara de Vereadores também não se pronuncia a esse respeito.

Cristina Esteche

Jornalista

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