22/08/2023
Política

Câmara se mostra conservadora em votação

imagem-94350

Cristina Esteche

Vereadores de Guarapuava discordaram de pontos debatidos amplamente e aprovados pela sociedade civil organizada e suprimiram os termos “gênero” e “diversidade” do Plano Municipal de Educação. A matéria foi votada na sessão dessa segunda feira (22) sob protestos de manifestantes. Não adiantou nem mesmo a intervenção de entidades que tentaram explicar aos vereadores durante a manhã e tarde, precedendo a votação. Também foi realizada conversa com lideranças católicas e evangélicas para explicar o tema. Dias antes, a Diocese de Guarapuava fez um abaixo assinado protocolado na Câmara contrário à aprovação dos três pontos onde constavam os termos “diversidade” e “gênero”.

Embora a Secretaria Municipal de Educação tenha conduzido o processo junto com o Conselho Municipal de Educação, de forma democrática, ouvindo e debatendo o PME com a sociedade, a bancada situacionista aprovou as emendas de autoria do vereador Elcio Melhem, que lidera a oposição. As emendas suprimiam justamente a questão da igualdade de gênero e da diversidade. A matéria foi aprovada por 20 votos contra 01. O voto contrário foi do vereador Geraldo Pacheco Barbosa (PT).

"A sociedade construiu"

Para a secretária municipal de Educação, Doraci Luy, a Secretaria desempenhou a sua função ao debater o PME com a sociedade. “Fizemos mais de 10 reuniões com a sociedade civil organizada e convidamos os vereadores. As reuniões aconteceram na Câmara. Tivemos a Conferência Municipal de Educação e todos os itens foram debatidos exaustivamente para então ser construído de forma democrática, mas a maioria dos vereadores entendeu de outra forma e isso também faz parte do processo democrático”. Segundo a secretária, o Plano possui 20 metas propostos pelo Plano Nacional de Educação e que tem de ser cumpridas. “O município pode criar estratégias de forma que não prejudique a base na escola e vamos continuar seguindo as nossas diretrizes. O que a sociedade construiu, não serei eu que vou desconstruir”.

A secretária assegura que os alunos não serão prejudicados. “Temos diretrizes que pregam a igualdade de gênero”.

Outra polêmica que pautou a discussão na Câmara está relacionado ao item 2.29 que fala do tema  LGBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transsexuais). A garantia da educação voltada à mulher negra, quilombolas, também foi censurado pela maioria dos vereadores.

O presidente da Câmara, João Napoleão (PROS) não foi encontrado para comentar a decisão. O mesmo aconteceu com o líder do prefeito Cesar Filho, Airson Horst (PPS) e Geraldo Barbosa (PT).

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

Pular para o conteúdo