O caminhoneiro Paulo Roberto Tomem conta nos dedos todos os lugares por onde já passou em busca de uma solução para os problemas que enfrenta e que foram gerados pela venda de um veículo em 2011. Segundo o motorista, o caso já passou pelo Ministério Publico, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), polícias, COPE (Centro de Operações Policiais Especiais), entre outros. Paulo Roberto Tomem procurou a redação da Rede Sul de Notícias para fazer a matéria,
Incontáveis são os documentos que Tomem carrega em pastas. Segundo ele, nesses papéis estão as provas de que ele foi vítima de um golpe que já lhe causa mais de R$ 200 mil em prejuízo.
Segundo o motorista, tudo começou em 2011 quando comprou um caminhão de uma transportadora de Guarapuava de forma financiada. Após alguns dias o veículo começou a apresentar problemas mecânicos. Entre idas e vindas, o dono de uma oficina mecânica de Pitanga se interessou pelo caminhão.
Tomen negociou o caminhão em troca de dois veículos e mais um valor em dinheiro. O comprador também ficaria responsável pelo pagamento do restante das parcelas do financiamento, que girava em torno de R$ 6 mil. O caminhão foi entregue ao novo proprietário, mas no momento da assinatura do contrato surge uma terceira pessoa que se identificou como advogado da outra parte e disse que havia comprado o caminhão do homem que havia negociado com Tomem. Incomodado com a situação, Tomem procurou os órgãos responsáveis, mas não conseguiu reaver o veículo.
O caminhão foi apreendido pouco tempo depois pela Polícia Rodoviária Estadual por conta de um pedido de busca e apreensão feito pela agência bancária que financiou o veículo na primeira compra. Mesmo estando com os documentos de propriedade do veículo, Tomem não conseguiu recuperar o caminhão que foi devolvido ao advogado que, segundo Tomem, também era dono de cartório no município de Laranjal.
Essa devolução, porém, de acordo com Tomem, foi feita porque o segundo comprador teria apresentado documentos e contratos de compra e venda falsificados. “Ele apresentou documentos com assinaturas minhas em Laranjal e em outros cartórios, sendo que eu nunca estive naquela cidade e nem tinha cartão de assinatura naquele município”.
De acordo com Tomem, essa não foi a primeira vez que isso aconteceu e que por várias vezes o caminhão foi apreendido e liberado. “Teve uma vez que achei o meu caminhão escondido em uma chácara no Palmital, não sei como eles conseguiram levá-lo, mas eu o encontrei”.
Após muitas tentativas, Tomen conseguiu com que o caminhão (cavalo) fosse devolvido ao banco. “Já os semi reboques voltaram para as mãos do suspeito que o desmontou para montar outras carretas”.
Segundo a vítima, o processo tramita na Polícia Civil e no Ministério Público de Pitanga, contudo, nenhuma decisão foi tomada ainda. “Enquanto isso, com essa demora toda, minha dívida cresce mais a cada dia”.
De tanto correr atrás do prejuízo, o motorista revelou que já sofreu ameaças de morte e que já foi alvo de disparos de armas de fogo.
Cartorário desmente caminhoneiro
Em contato telefônico entre a Rede Sul de Notícias e o ex cartorário, este contou que está sendo alvo de perseguição por parte de Paulo Roberto Tomem. O acusado também desmente as denúncias feitas pelo motorista e disse que agiu de boa fé ao comprar o veículo. “Em nenhum momento negociei o caminhão diretamente com ele (Tomem)”.
De acordo com o advogado o caminhão foi comprado de outro homem e quando ele buscou Tomem para realizar a transferência dos documentos e do financiamento, o mesmo se negou e pediu R$ 20 mil para realizar a transferência.
O ex cartorário ainda afirmou que Tomem propositalmente deixou de pagar o financiamento para pedir busca e apreensão. “Através de embargos de terceiros consegui provar que sou o verdadeiro proprietário do veículo, porém, mesmo assim tive prejuízos, pois já perdi o cavalo do caminhão para o banco, que o vendeu em cinco dias e impediu a devolução”. Para reaver parte do caminhão, ele ajuizou uma ação contra a financiadora.
Em nova contraposição às denúncias de Tomem, o ex cartorário assegura que as suas assinaturas é que foram falsificadas e não as do primeiro dono do caminhão. Segundo ele, Tomen lhe deu um documento em branco para assinar e depois falsificou a sua assinatura. Segundo ele, esse fato já foi comprovado judicialmente.
De acordo com o advogado, como ele já atuou como cartorário e procurador de alguns municípios tem sido vítima de perseguição por parte de Paulo Roberto Tomem. “Ele quer me causar prejuízo e denegrir a minha imagem”.
O caminhoneiro Paulo Roberto Tomem