22/08/2023
Guarapuava Política

Caminhoneiros autônomos agem com cautela em Guarapuava

Sindicato dos Transportadores Autônomos de Guarapuava acompanha as notícias nacionais sobre o assunto. "Até hoje está tudo quieto"

caminhoneiro

Conforme entidades, caminhoneiros estão atentos (Foto: Reprodução/Pixabay)

Transportadores autônomos de cargas em Guarapuava agem com cautela em relação à possível paralisação nacional. Marcada para 7 de setembro, a manifestação, porém sai da pauta econômica e se torna também política.

Precisamos ter muita cautela. Estamos passando por um momento muito delicado.

De acordo com João Cavalheiro, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Guarapuava (Sinditac), a entidade acompanha as notícias nacionais sobre o assunto. “Até hoje está tudo quieto. Então só estamos acompanhando os acontecimentos”.

Embora sejam vetados de promover e participar de qualquer manifestação em rodovias, os empresários do setor são solidários ao movimento. “Existe um resolução federal que proíbe qualquer empresa com CNPJ de aderir à manifestação em rodovias”.

 João Cavalheiro, presidente do Sinditac (Foto: Divulgação)

Conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Guarapuava (Setcguar), Carlos Antonio da Silva Vieira, porém, “se mandarem parar, vamos encostar em postos”. Pelos dados do Sindicato, há cerca de 1,5 mil motoristas habilitados para o transporte de cargas em Guarapuava. Em relação a empresa de médio e grande portes somam entre 10 e 12.

No entanto, o denominador comum entre a classe empresária e os autônomos, é o descontentamento com as altas recentes do preço do óleo diesel. Eles defendem a necessidade de rever a política da Petrobras. Em 2018 o Brasil parou porque o diesel estava em R$ 2,93/litro. Hoje, o diesel é no mínimo R$ 4,30/litro. Sem revisão no valor do frete desde 2018, cerca de 60% do valor contratado para o transporte de cargas é gasto com combustível.

ERROU O TOM

Sergio Reis, de acordo com lideranças, não representa caminhoneiros  (Foto: Reprodução/Instagram)

A convocação e o posicionamento do sertanejo Sergio Reis mudou o rumo da manifestação dos caminhoneiros. Dizendo-se representante da categoria, o cantor desviou a pauta econômica para o viés político. Ele convocou, para 7 de setembro, uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra todos os ministros do STF. “Se em 30 dias eles [Senado] não tirarem aqueles caras [STF], nós vamos invadir [prédio do Supremo], quebrar tudo e tirar os caras na marra”.

Entretanto, Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) desmentiu o sertanejo. Conhecido como Chorão, ele liderou as paralisações dos caminhoneiros de 2018. “Não é verdade, ele não representa os caminhoneiros. O Sérgio Reis defende o agro e virou as costas para a categoria. Agora, ele vem dizer que é líder da categoria? Esse movimento não é dos caminhoneiros, querem nos usar”, afirmou Chorão à imprensa nacional.

De acordo com entidades de caminhoneiros autônomos, a categoria se encontra dividida em vários pontos do país. Para lideranças mais antigas da categoria, que comandaram paralisações anteriores, os caminhoneiros precisam manter o foco. Ou seja, sair em defesa da mudança na política de preços de combustíveis. Eles também pedem a defesa pisos mínimos para o frete.

Todavia, outra parte acha que deve apoiar as manifestações que têm como metas apoiar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fazer oposição aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e defender a volta do voto impresso.

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Cristina Esteche

Jornalista

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