Apesar dos apelos do presidente Jair Bolsonaro, a paralisação dos caminhoneiros autônomos a partir desta segunda (1) será mantida, afirmou ao Broadcast o presidente do Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, acrescentando que a duração do movimento é indeterminada.
Além disso, ele afirmou que 22 Estados participam do conselho. Dias afirma que a redução ou zeragem do PIS/Cofins sobre o diesel, cogitada pelo governo, não seria suficiente para terminar com a greve. Isso porque o principal problema é a política de paridade ao preço internacional adotada pela Petrobras.
No sábado (30), Bolsonaro pediu que a categoria não entrasse em greve e disse que todo mundo perderia se isso acontecesse. Questionado sobre o apelo do presidente, Dias afirmou que entende que o presidente não pode incitar greves, mas reclamou que ‘não chegou nada para categoria de autônomos’ nos primeiros dois anos de governo. “Não podemos deixar passar este ano, o ano que vem é de eleição, senão os caminhoneiros vão continuar no submundo.”
SEM BLOQUEIO
Além disso, o presidente do CNTRC também disse que a categoria não irá bloquear as estradas, deixando faixas livres. “Vamos fazer a manifestação dentro da lei. Temos o direito de conscientizar a categoria. Somos um País democrático e está na Constituição o direito de fazer manifestação livre.”
Além do fim da política de paridade ao preço internacional dos combustíveis, a pauta de reivindicações da categoria tem outros nove pontos. Mas outro tema urgente, segundo Dias, é a modificação da redação do projeto 4199/2020, o BR do Mar, que, segundo o dirigente, dá vantagem para empresas estrangeiras no transporte de cabotagem, o que favorecia a contratação de empresas frotistas para fazer o frete em detrimento de caminhoneiros autônomos.
Assim, a pauta também discute aposentadoria especial para a categoria, o cumprimento do piso mínimo do frete, estabelecido em 2018 após a paralisação de 11 dias, respeito à jornada de trabalho e maior fiscalização da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), entre outras reivindicações.
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