22/08/2023


Brasil Cotidiano Saúde

Câncer é a primeira causa de morte por doença entre crianças

O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de morte em geral. A primeira seria acidente

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Câncer é a primeira causa de morte por doença entre crianças (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de morte em geral. A primeira seria acidente. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos.

Nesta quarta (15), lembra-se o Dia Internacional da Luta contra o Câncer Infantil e, conforme especialista, apesar dos dados alarmantes, a doença é altamente curável. Em entrevista à Agência Brasil, a oncologista pediátrica do Inca, Sima Ferman, afirmou que a incidência de câncer vem aumentando lentamente ao longo dos anos.

“Como nem todas são curadas, a doença pode ter, na verdade, um percentual de mortalidade infantil também”. Os dados mais recentes, de 2020, revelam que houve registro de 2.280 mortes em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Brasil.

Entre os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil estão leucemia, linfoma e tumores do sistema nervoso central. A médica do Inca ressaltou, contudo, que os tumores em crianças são diferentes dos que acometem pessoas adultas. “Adulto tem muito carcinoma, tumores de células diferenciadas”.

Os tumores de crianças são diferentes. Embora esses três tipos sejam mais frequentes, existe uma gama de tumores, como os embrionários, que ocorrem nos primeiros anos de vida. São exemplos os da retina, de rim, de gânglio simpático.

São tumores que acontecem, mais frequentemente, em crianças menores. Mas todos eles são muito diferenciados e respondem bem ao tratamento quimioterápico, normalmente. Essa é a principal informação que a gente tem para dar nesse dia tão importante.

Para a oncologista, a doença é muito séria, mas trouxe, ao longo dos anos, uma esperança de busca pela vida. Há possibilidade de cura, se o paciente é diagnosticado precocemente e tratado nos centros especializados de atenção à criança.

ALERTA

Sima Ferman reafirmou que o diagnóstico precoce é muito importante. Por outro lado, admitiu que esse diagnóstico é, muitas vezes, difícil, tendo em vista que sinais e sintomas se assemelham a doenças comuns de criança. A especialista lembra que criança não inventa sintoma. Dessa forma, os pais devem sempre acompanhar a consulta e o tratamento dos filhos e dar atenção a todas as queixas feitas por eles.

Isso, principalmente quando são muito recorrentes e permanecem por um tempo. “É importante estar alerta porque pode ser uma coisa mais séria do que uma doença comum”. Os sinais de tumores em crianças passam de uma febre prolongada por mais de sete dias sem causa aparente à dor óssea e anemia. Além disso, também podem aparecer manchas roxas no corpo e dor de cabeça que leva a criança a acordar à noite, seguida de vômito.

Conforme Ferman, também podem ocorrer alterações neurológicas como perda de equilíbrio, massas no corpo. “São situações em que é preciso estar alerta e que podem levar a pensar em doença como câncer”.

INDIVIDUALIZAÇÃO

Para cada tipo de câncer, os oncologistas do Inca procuram estudar a biologia da doença, para dar um tratamento que possa levar à chance de cura, com menos efeitos no longo prazo. “Para conseguir isso, temos que saber especificamente como a doença se apresentou à criança e, muitas vezes, as características biológicas do tumor”.

Em geral, o tratamento de um câncer infantil leva de seis meses a dois anos, dependendo do tipo de doença apresentada pelo paciente. Após esse prazo, a criança fica em acompanhamento, ou “no controle”, por cinco anos.

Por fim, se a doença não voltar a se manifestar durante esses cinco anos, pode-se considerar o paciente curado. “Cada vez, a chance de a doença voltar vai diminuindo mais. Assim, a chance é maior no primeiro ano, quando termina o tratamento, e vai diminuindo mais e mais”.

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Antunes

Jornalista

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