O candidato a prefeito de Candói, Jeferson Morandi (Republicanos), terá uma árdua missão na campanha eleitoral. O candidato teve o nome homologado nas convenções dessa quarta (16). Entretanto, ele figura no centro de investigação do Ministério Público de Guarapuava e vai ter que se explicar aos eleitores.
O órgão apura possíveis ilegalidades no avanço da carreira do candidato, que é concursado na Câmara de Vereadores. De acordo com a denúncia, Jeferson avançou 20 anos em apenas dois anos de trabalho. Conforme o MP, a progressão na carreira ocorreu sem que ele cumprisse os requisitos legais.
Dessa forma, o candidato a prefeito, passou a receber salário bruto de até R$ 13.550,53 (março), segundo o Portal da Transparência da Câmara. Entretanto, esse valor vem sendo considerado alto no caso de Jeferson. De acordo com o Portal da Transparência, o cargo de agente administrativo vale para quem tem ensino médio.
Assim, em pesquisa feita também pelo jornal Impacto do Paraná, o agente administrativo recebe mais que o dobro da remuneração dos advogados concursados da prefeitura (30 horas), por exemplo. A denúncia repercute em redes sociais.
Conforme informações obtidas pelo Portal RSN com relação à denúncia, há indícios de que Jeferson Morandi teve um aumento ilegal no nível salarial de praticamente 100%. Isso ocorreu em apenas uma progressão na carreira em 2009. Ou seja, o mesmo teria avançado para um nível salarial que só poderia obter em 2033. Ou seja, somente daqui 13 anos, já em fim de carreira. Entretanto, para se ter uma ideia, o presidente da Câmara recebe o subsídio de R$ 10,5 mil e um vereador, R$ 7 mil.
A INVESTIGAÇÃO
A investigação corre perante a 7ª Promotoria de Justiça de Guarapuava (procedimento nº. MPPR 0059.20.000352-9). De acordo com informações levantadas pelo Portal RSN, em março deste ano, o MP requisitou informações e documentos à Câmara de Candói a fim de instruir as investigações. Se comprovadas as ilegalidades, o candidato ou o responsável poderá sofrer sanções.
Entre estas, a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio. Além de ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a 10 anos. Corre o risco também de pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público, segundo a lei de improbidade administrativa.
Além disso, se a denúncia ficar comprovada, Jeferson terá que voltar ao nível salarial correto. Entretanto, caso seja condenado, se demonstrada má fé no processo, o candidato terá que ressarcir os cofres públicos com o valor recebido de forma indevida. O Portal RSN tentou contato com Jeferson Morandi, porém, sem êxito.
A DENÚNCIA
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