22/08/2023
Política

Candidatos à presidência do PT apresentaram propostas em Guarapuava

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Os quatro candidatos à presidência do Partido dos Trabalhadores no Paraná  estão colocando suas teses em encontros que vem sendo realizados em municípios estratégicos. Neste sábado (21), foi a vez de Guarapuava. O encontro realizado durante a manhã na Associação Atlética do Banco do Brasil atraiu também lideranças da região. As quatro chapas inscritas disputam o PT paranaense, por meio do Processo de Eleições Diretas (PED), que acontece em 10 de novembro, mesmo dia em que também serão eleitas as novas direções de zonais, diretórios municipais, estaduais e nacional, além dos membros dos Conselhos Fiscais e das Comissões de Ética e os delegados.

Os candidatos que vão disputar a presidência são Enio Verri, atual presidente e candidato à reeleição pela chapa “O Partido que Muda o Brasil”; Ulisses Kamiak, pela chapa “Luta Socialista”; Roberto Elias Salomão, pela chapa “Constituinte, Terra, Trabalho, Soberania”, e Dr. Rosinha, pela chapa “Por um novo ciclo da revolução democrática no Paraná”. Segundo o regulamento do PED,  quem vencer  assumirá o mandato  durante quatro anos. O PT possui 75 mil filiados em todo o Paraná, dos quais 24 mil aptos a votar.

Se as propostas das quatro chapas concorrentes se diferenciam de acordo com a corrente de cada uma, o denominador comum é a candidatura própria ao Governo do Paraná.

 

AS PROPOSTAS

O jornalista  Roberto Elias Salomão, lidera a chapa “Constituinte, Terra, Trabalho, Soberania”. Ele já respondeu pela presidência estadual  em 1998/99. De acordo com Salomão, a direção nacional do PT precisa estar mais presente nos debates. “O momento exige uma discussão aprofundada. Os militantes se perguntavam, desde o ano passado, durante o julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal, onde estava a direção do partido que não saiu em defesa do PT e de seus dirigentes, contra a ofensiva do Supremo Tribunal Federal. E, agora, se perguntam, diante das mobilizações que tomaram as ruas e abalaram as instituições do país, onde está a direção do PT?”. O candidato entende que o Partido não pode mais seguir submisso à mesma política que, nesses 10 anos de governo, protelou as expectativas de mudança nele depositadas. “Apresentamos uma chapa disposta a fazer com que o PT assuma plenamente a sua responsabilidade que é  abrir uma saída positiva para o povo trabalhador que nasceu para representar”.

No Paraná,  a chapa defende a candidatura própria ao Governo.  “A nossa candidata é a ministra Gleisi. É ela que tem mais chances, que tem uma boa aceitação eleitoral”.

Para o  deputado federal Dr Rosinha, que é médico pediatra,  e que encabeça a chapa “Por um novo ciclo da revolução democrática no Paraná”, o PT precisa retornar à sua base social, afastamento que vem se verificando na última década, ao mesmo tem tempo em que o partido chegou à presidência do país. “A militância precisa participar ativamente do dia a dia do partido e não ser chamada apenas em épocas de campanhas eleitorais ou de eleições internas”. A interiorização do PT a partir de um calendário de reuniões da direção estadual nas regiões do estado é outra proposta defendida pela chapa.

De acordo com Dr. Rosinha, o Partido necessita retomar e ampliar o diálogo com movimentos sociais, inclusive com a incorporação destes ao diretório e executiva do PT.

Assim como Dr. Rosinha, o candidato  da chapa “A semente do novo PT está na raiz do PT” Ulisses Kaniak,  defende uma aproximação com os movimentos sociais, maior debate e democracia nas decisões internas. “É preciso que o PT cresça em formulação e formação de políticas, debate, organização, e compromisso com as forças populares”, defendeu.

Candidato à reeleição pela chapa “O Partido que Muda o Brasil”, o deputado Enio Verri defendeu que a  corrente Construindo um novo Brasil, a qual pertence e faz parte do Campo Majoritário, que governa o País, faça um debate propositivo nas eleições internas do PT. Ele destacou o compromisso de organizar uma grande aliança para reeleger a presidenta Dilma e eleger a candidata a governadora do PT, Gleisi Hoffmann.  “Pela primeira vez o PT será protagonista no Paraná, e não coadjuvante dos outros partidos. Vamos liderar o debate e propor um novo modelo de desenvolvimento para nosso estado.”

O presidente reiterou a importancia da CNB para o crescimento do partido. “Nas últimas eleições, nossa corrente fez uma leitura de conjuntura que inicialmente foi criticada, mas depois ficou comprovado que estávamos certos. Em 2010, crescemos para cinco deputados federais e sete deputados estaduais. No ano que vem, temos condições de eleger nove ou 10 deputados estaduais e chegar a sete deputados federais. É uma tarefa do PT construir isso, mas a CNB tem uma grande parcela de responsabilidade neste processo.”

Para Verri, o Partido mudou, o País mudou, a política evoluiu e pensar que a militância  da década de 80 pode ser a mesma atualmente  e querer retornar ao passado é uma posição retrógrada.

Cristina Esteche

Jornalista

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