Na noite em que se envolveu num acidente no bairro Mossunguê, em Curitiba – no dia 7 de maio – o deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho (PSB) gastou pelo menos R$ 1.087 no restaurante onde jantou horas antes dos fatos.
Segundo notas fiscais que foram anexadas ao inquérito – e também aos documentos da defesa da família de uma das vítimas fatais – o parlamentar consumiu bebidas caras, além de comer camarões e pato. Uma das notas fiscais emitidas era de R$ 383 e a outra de R$ 705.
Estes R$ 705 foram gastos somente com bebidas: vinhos Kaiken Ultra, Francis Coppola e Obra Prima. Para se ter uma ideia, uma garrafa de Francis Coppola custa cerca de R$ 150.
A existência de duas notas pode ser explicada pelo fato de que o deputado teria jantado com parentes, mas depois que eles foram embora o parlamentar teria encontrado outros amigos no mesmo restaurante e se juntado a eles até mais tarde.
Além das bebidas, as notas também dão conta de que Carli Filho consumiu camarões, águas, café e, ainda, pagou couvert. As notas são apenas mais duas confirmações de que o parlamentar realmente bebeu na noite do acidente.
O exame de dosagem alcoólica já foi divulgado e apontou que o rapaz tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue, quando o permitido é 2. Acima de 6 já se configura o crime de alcoolemia, prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Na próxima segunda-feira, deve ficar pronto o laudo toxicológico feito pelo Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba a partir do sangue do deputado.
Ontem, o promotor do Ministério Público Estadual (MP) designado para acompanhar o caso, Rodrigo Chemim, não atendeu as ligações da reportagem. Segundo informações da assessoria do MP, Chemim continua as investigações.
Na última terça-feira, ele divulgou que os radares das ruas por onde o deputado teria passado não flagraram o veículo do parlamentar. O promotor procura desvendar o porquê disso.
Na última terça-feira, a defesa de uma das vítimas fatais estudava pedir à Justiça o DNA do sangue do deputado, avaliado para apontar a dosagem alcoólica. A Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) já fez esta solicitação também. Uma reconstituição do acidente deve ser feita nos próximos dias, mas ainda não há data definida.
Fonte: www.parana-online.com.br Foto: RedeSul/Arquivo