22/08/2023


Economia

Cartão de crédito é o principal motivo do endividamento dos paranaenses 

Índice de endividamento e consumo das famílias estão acima da média nacional

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Cartão de crédito (Foto: Reprodução)

O Paraná foi o estado brasileiro com o maior percentual de endividados em 2017. Os principais motivos de endividamento dos paranaenses em 2017 foram o cartão de crédito, que correspondia a 70,4% nas contas em aberto; o financiamento de veículo e o financiamento imobiliário, com 9,7% cada, respectivamente. Os dados fazem parte da Radiografia do Endividamento e Consumo, elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio), com base em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 87,9% das famílias paranaenses possuía algum tipo de dívida ao longo do ano passado. A média anual brasileira ficou em 60,7%.

Em todos os meses do ano passado, o Paraná liderou o ranking nacional de endividamento, seguido por Roraima e Santa Catarina.

O endividamento no estado alcançou 90,6% em dezembro, maior índice dos últimos quatro anos. Entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, chegou a 94% no último mês do ano. Já nas famílias de menor renda, a taxa de endividados ficou em 89,9%.

Apesar de ser o estado com mais endividados, os consumidores paranaenses não são maus pagadores. Tendo 27,3% de endividados com contas em atraso, o Paraná se caracteriza por um alto endividamento, mas um percentual de atraso relativamente baixo. Quanto à falta de condições pagamento das dívidas, a média de 2017 foi de 10,4%.

De acordo com o Departamento de Pesquisas da Fecomércio PR, cabe destacar que o endividamento não deve ser considerado, a princípio, como um fato negativo. A existência de dívidas indica capacidade de compra e a possibilidade de parcelamento, que só é aceito enquanto o consumidor está adimplente e paga suas contas em dia.

 Em relação aos s principais motivos de endividamento dos paranaenses  –  cartão de crédito, financiamento de veículo e o financiamento imobiliário -, a maioria dos consumidores (45%) considerava ter um nível moderado de dívidas, mas outra parcela considerável, 27,5%, reconhecia estar muito endividada. O tempo de comprometimento com dívidas ficou bastante distinto: enquanto 44,8% dos endividados estavam com o orçamento comprometido por apenas três meses, 44,1% comprometeram sua renda por mais de um ano.

A análise da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) mostra uma recuperação gradual a partir do 2º semestre de 2017, tendo alcançado o patamar positivo (acima de 100 pontos em uma escala que vai de 0 a 200 pontos) em novembro, quando chegou a 101,7 pontos, mantidos em dezembro. A média anual do indicador no Paraná marcou 95,5 pontos, bem acima da média nacional, que ficou em 77,8 pontos.

INDICADOR

O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é composto por oito subitens, que são avaliados individualmente e depois somados para formar o indicador, que é medido em pontos.

Os componentes Renda atual, Momento para compra de bens duráveis, Acesso ao crédito e Consumo atual contribuíram para que o indicador ICF se sobressaísse no Paraná em relação à média brasileira.

De acordo com a Fiep, a retomada do consumo, iniciada no ano passado, é a grande promessa para 2018 e tem motivado os empresários do comércio de bens, serviços e turismo. O restabelecimento do poder de compra das famílias, somado ao aumento do emprego formal e à manutenção de uma política econômica de redução de juros e queda da inflação compõem um cenário bastante favorável para o setor terciário, que corresponde a mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná. No mês de dezembro a ICF esteve na pontuação ideal, tendo permanecido acima de 100 pontos, podendo assim ser considerada positiva.

A perspectiva de consumo dos paranaenses, um dos principais elementos que compõem a ICF, apresentou alta de 13,5% em relação ao mês de novembro. Na comparação com dezembro de 2016 a variação foi mais expressa, com expansão de 64,8% neste quesito. Os dados nacionais mostram variação positiva de apenas 3,4% com relação a 2016 e de 21,3% comparada ao mês anterior no subitem perspectiva de consumo.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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