22/08/2023
Segurança

CASO ROBSON: Laudo apontou irregularidades na instalação e manutenção do piso

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Prefeitura terá que explicar quem era o responsável pela manutenção
 
A delegada chefe da 14ª Subdivisão de Polícia de Guarapuava, Maritza Haisse (foto), recebeu o laudo de 18 páginas da Policia Cientifica subscrito pelo perito Alcebiades com colaboração de outros peritos, que apontou os fatores contribuintes para o acidente do jogador Robson Rocha. Segundo a análise, foram duas as irregularidades no assoalho: instalação e manutenção inadequada do piso.
O inquérito que está sendo montado pela Polícia Civil, que já conta com mais de 200 páginas, deve apontar os responsáveis pelo acidente que vitimou o camisa 18 do Clube Deportivo de Guarapuava, que foi atingido mortalmente por uma lasca de madeira que se desgrudou do piso do “Joaquinzão”.
Maritza avisa que irá buscar junto a Prefeitura Municipal, de forma objetiva, quem era o responsável direto pela manutenção da quadra. “Tanto quem executava, como também, a pessoa que determinava”, observa.
De acordo com a delegada, o laudo apontou para 97 falhas no piso da quadra do Ginásio Joaquim Prestes de pequena dimensão, ou seja, com menos de 10 centímetros. Como também, 10 falhas de média dimensão (superior de 10 cm) e nove de rompimento da madeira. “Além de algumas falhas preenchidas com serragem e colagem com massa de durepox no local do acidente”, afirmou.
O próximo passo do inquérito agora é aguardar a resposta das cartas precatórias enviadas para Cascavel e São Paulo. “Estamos aguardando o retorno da carta precatória que foi enviada para Cascavel para poder recolher o material que causou o acidente ocorrido com um menino há mais de um ano”, conta. Giuliano Magela, na época com 11 anos, foi atingido na coxa no mesmo ponto da quadra onde Robson se machucou. O garoto guarda o pedaço do assoalho até hoje em sua casa. “Será recolhido o material e ouvido o menino e os pais”, explica Maritza.
A Polícia Civil também esta aguardando o retorno da outra carta precatória enviada para São Paulo. O destino é a empresa Recoma Construções Comércio e Indústria Ltda., a responsável pela instalação do piso de madeira do Ginásio Joaquim Prestes, inaugurado em setembro de 2006 após reforma. Na época, o valor anunciado da reforma ficou na ordem de R$ 300 mil, e quase metade do valor gasto foi para reconstrução da quadra, com piso de madeira, que transformaria o "Joaquinzão" numa das melhores quadras para o futsal do Paraná. O custo real do piso é controverso: alguns falam em R$ 120 mil, outros R$ 140 mil e até R$ 170 mil.
A delegada confirma que entre outras coisas, o laudo afirma que o material da Recoma era adequado de acordo com as normas. “O que foi licitado foi colocado. O problema consiste na instalação do material”, completou.
 
Texto e foto: Andréa A. Alves

Cristina Esteche

Jornalista

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