Após a primeira audiência de instrução que integra o processo de investigação da morte do jovem turvense Saulo Filipin Prestes, de 21 anos, nessa quinta (21) na 1ª Vara Criminal de Guarapuava, as datas para as próximas audiências por cartas precatórias foram divulgadas.
Na próxima quarta (27), às 13h30 ocorrerá a oitiva de uma testemunha chamada pela defesa, em Pitanga. Já no dia 3 de abril, às 14h15, será ouvida outra testemunha chamada tanto pela acusação quanto pela defesa. Segundo os autos do processo, há duas cartas precatórias expedidas sem data designada, uma à Comarca de Colombo para oitiva de um policial militar, que também atendeu a ocorrência, e outra à Comarca de Paranaguá, para oitiva de uma perita chamada pela defesa.
Quase três anos após a morte de Saulo, ocorrida no dia 23 de julho de 2016, no Centro da cidade, a Justiça ouviu seis pessoas. Entre elas, falaram ao juiz Adriano Scussiatto Eyngo o pai e mãe de Saulo, dois amigos que estavam com ele no dia da morte e dois policiais militares, um que atendeu a ocorrência e outro que é colega de trabalho do réu.
Neste caso, o policial militar Toni Silvério Muniz Júnior é acusado pelo Ministério Público (MP) pelo crime de homicídio doloso (quando há a intenção de matar) contra o jovem Saulo, após efetuar o disparo de arma de fogo em direção à vítima. Na audiência dessa quinta (21), ele acompanhou os depoimentos dos dois policiais, mas não falou.
Os pais e amigos da vítima preferiram depor sem a presença do réu na sala de audiências. A nova data definida para que o réu seja interrogado é 3 de julho de 2019, às 14h, na 1ª vara Criminal de Guarapuava. Neste mesmo dia será ouvida também outra testemunha de defesa, um investigador de polícia.
Para o advogado Eduardo Miléo, responsável pela defesa do réu Toni Silvério, duas testemunhas deram declarações importantes para o caso nesta audiência.
Tivemos duas testemunhas de acusação que entraram em contradição e disseram que o réu não viu que o jovem era o Saulo, que declararam que o relacionamento entre eles era bom, que o fato que ocorreu foi algo do dia e também é interessante falar neste caso sobre o teor alcoólico da vítima, que conforme apontam os laudos, tinha uma quantidade elevada de álcool no sangue.
Já para o advogado criminalista Marinaldo Rattes que atua como auxiliar de acusação a serviço da família de Saulo, o depoimento das testemunhas deixou a família otimista com relação aos desdobramentos do caso.
No entender do assistente de acusação, é bem possível, que no momento de sentença de pronúncia o juízo reconheça a sentença de uma das qualificadoras, que entende que a morte do Saulo causou-se por motivo fútil. Ou seja, todas as testemunhas ouvidas hoje foram unânimes em dizer que não havia entre Toni e Saulo qualquer desavença, vindo por terra a tese de que ele não viu em quem atirou, muito pelo contrário, ficou claro que ele sabia que o disparo de arma de fogo foi em face da pessoa de Saulo, tanto que logo depois que ele disparou, ele veio para uma das testemunhas e falou: ‘Era o Saulo’, disse, ‘que cagada que eu fiz’. O assistente do Ministério Público e a família da vítima esperam ansiosos que este crime de homicídio seja qualificado, não seja simplesmente classificado como homicídio simples como está na denúncia. Mas claro, aí vai também o entendimento do Ministério Público (MP).