Castração de porco ameaça mandato de vereador em Pinhão

O que para alguns é uma prática cultural do homem do campo, para outros é crime. Esse é o centro de uma crise política que tomou conta da Câmara Municipal de Pinhão e que poderia custar o mandato do vereador Romário Varela (PT). O estopim foi um vídeo, publicado pelo próprio parlamentar, recentemente, nas redes sociais dele. Nas imagens ele aparece castrando um porco. O caso escalou e chegou na Câmara dos Deputados, em Brasília.

De acordo com Varela, a ofensiva partiu do deputado federal Delegado Matheus Loiola e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Guarapuava. O vereador criticou o deputado Loiola, afirmando que o acusador não teria “moral” para questioná-lo. Varela fez referência ao fato de que o deputado federal se tornou réu em um processo por concussão (extorsão praticada por servidor público). Além de sequestro e cárcere privado, de acordo com denúncia do Ministério Público do Paraná aceita pela Justiça em 2023. O Portal RSN tentou contato com o deputado, no entanto, sem êxito.

Já, o deputado e a OAB protocolaram pedidos formais para que a Câmara apure a conduta de Varella. “O deputado enviou um ofício à Mesa da Câmara por suspensão do meu mandato. Além disso estipulou uma multa entre R$ 500 mil e R$ 5 mil”.

De acordo com o vereador, na noite dessa segunda (28), a mesa diretora da Câmara faria a leitura dos ofícios. No entanto, a bancada do prefeito Biasebetti e populares, adiaram a leitura. O principal argumento é que existem projetos de interesse popular que precisam entrar em debate enquanto se discute uma prática cultural.

FISSURAS NO PRÓPRIO PARTIDO

Da tribuna, Romário Varela apresentou defesa. Ele argumentou que a castração de suínos é uma prática tradicional e cultural entre os pequenos agricultores da Região. Em um discurso contundente, Varela afirmou não ter medo de um eventual processo de cassação e partiu para o contra-ataque.

A sessão também expôs as fissuras dentro do próprio partido do vereador. Varela criticou publicamente dois colegas do PT que se manifestaram de forma contrária à conduta dele. O vereador ainda denunciou uma suposta articulação de bastidores: “Foram articulados votos nos bastidores para a cassação”. O Portal RSN tentou contato com João Paulo, mas ele não atendeu e nem retornou as ligações.

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