22/08/2023
Política

Celso Góes defende criação de novas linhas inter- municipais

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Da assessoria – O empresário Celso Goes, presidente do diretório municipal do PV e do Instituto Cidade Aberta, considerou "urgente" a criação de novas linhas de ônibus ligando Guarapuava a outras regiões do Paraná e de outros Estados, mas também defendeu a necessidade de uma "discussão séria" sobre a viabilidade da linha aerea no Município. Goes fez questão de deixar claro que seu comentário não é uma resposta ao advogado André Sberze, presidente do diretório municipal do PDT, que escreveu sobre o assunto em recente artigo em seu blog. "Concordo em tudo com o advogado, mesmo porque eu já me posicionei várias vezes no meu programa de rádio sobre a deficiência no nosso transporte estadual e inter-estadual. Precisamos separar um tema do outro, porque os dois têm grande importância", sintetizou Celso Goes.
Para o presidente do "Cidade Aberta", os constantes fracassos na manutenção de voos comerciais revelam um grave problema na economia de Guarapuava. "As pessoas de classe média são as maiores usuários das linhas aereas. São funcionários ou executivos de empresas que viajam a negócios e que utilizam aviões para estadias rápidas e contínuas, indo e voltando com frequência", explicou.
"O que acontece em Guarapuava é a completa falta de um projeto econômico. A Prefeitura gastou montanhas de dinheiro em projetos, como o Pólo de Tênis, que nunca aconteceram.
Não precisa inventar moda: nossa região tem uma vocação agroindustrial natural, e é nisso que devemos centrar forças", sugeriu.
Segundo Celso Goes, cidades menores que Guarapuava conseguiram viabilizar a linha aerea porque se uniram regionalmente e passaram a estimular um modelo comum para a economia.
Com isso, acrescenta, novos projetos foram surgindo e aumentou naturalmente o intercâmbio econômico com outras regiões, levando e trazendo negociantes através da linha aerea.
"É impensável dizer que Guarapuava tem 200 anos, e em dois séculos não consegue ter um voo regular daqui para qualquer outra cidade que lique ao mundo", protestou o empresário.
Goes também lembrou que o turismo é uma vertente da economia que vem crescendo muito nos últimos anos, produto que a Prefeitura de Guarapuava, segundo ele, não está sabendo ou querendo aproveitar.
"O projeto de turismo da Prefeitura é uma falácia, uma farsa. Não se faz turismo sem o envolvimento da sociedade, e a Prefeitura ignora essa condição completamente.
Temos excelentes produtos, a exemplo do inverno e das nossas belezas naturais, que podem ser melhor aproveitados se houver um trabalho constante, viável, envolvendo a comunidade.
É um projeto que precisa da sociedade, porque é contínuo, vai além de um mandato de prefeito", apontou. A seu ver, se houvesse uma estrutura "real" para o turismo, as empresas poderiam trabalhar com pacotes, tanto terrestres como aereos.
Celso Goes disse que Guarapuava necessita pôr os "pés no chão" e cuidar de problemas que têm "solução" e que se transformam em crônicos por falta de atuação das autoridades constituídas.
"Com o perdão da palavra, mas os ocupantes da Prefeitura parecem viver no mundo da lua, fora de órbita. Ficam falando de Guarapuava 200 anos e se comportam como reis, como uma monarquia, onde o imperador não prestava contas a ninguém, fazia o que bem entendia e, via de regra, fazia muita besteira", comparou.
Goes classificou de "problema crônico" a falta de transporte terrestre entre Guarapuava e cidades do Norte do Paraná e estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
"A qualidade dos ônibus a Curitiba também é péssima", indicou. "É um problema que poderia ter tido solução há muito tempo. Nossas autoridades falam em ´pólo universitário´ a todo momento, usam isso como discurso político,
inclusive para proveito econômico particular, mas se esquecem do mínimo e elementar: se mais gente vem para Guarapuava, a cidade requer infra-estrutura, e transporte decente é um item básico de infra-estrutura", assinalou.

"MEGALOMANIA"
O presidente do Instituto Cidade Aberta disse que quando se constrói obras em Guarapuava, não se vê o "lado funcional" e sim a "repercussão política, a megalomania".
Citou como exemplo a Rodoviária Municipal, que tem mais da metade de sua capacidade física ociosa, e o Ginásio de Esportes Joaquim Prestes, onde substituíram o piso de borracha por assoalho de madeira,
provocando um acidente com morte, "só para ser o ginásio mais moderno no Brasil".
Agora, lembrou Celso Goes, estão voltando à solução antiga, que era prática, mais barata e funcional, com piso emborrachado. "Não há soluções compatíveis, tudo parece um laboratório, um tubo de ensaio", frisou Celso Goes.
"Daqui alguns dias teremos o anúncio da Escola Total, mais um enorme projeto, grandioso, que poderia ter uma melhor solução se o dinheiro fosse investido nas escolas municipais, que já existem, implantando horário integral e cursos para os pais, beneficiando muito mais pessoas", complementou.
Goes disse que vem alertando há muito tempo, através de seu programa de rádio, para as reclamações de universitários que vieram de outras cidades e estados.
"Recebi diversas cartas e que mais se ouve são queixas. Os estudantes se dizem desestimulados quando precisam ir visitar os pais ou quando retornam de suas cidades, só de pensar no martírio da viagem, parando em diversas rodoviárias para pegar diferentes ônibus, até chegar em Guarapuava", relatou. "As conexões estão se abrindo, estudantes de hoje são profissionais amanhã, mas os atuais políticos preferem pensar como 200 anos atrás, como se a cidade vivesse no ritmo das mulas e da política tacanha dos coronéis. Está na hora de Guarapuava acordar", sugeriu Celso Goes.

Cristina Esteche

Jornalista

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