CENTELHA DE LUZ

Eu quero ser luz, mas não como a lua, que a rouba das estrelas e quando se perde da órbita se torna frio astro sem rumo. Também não como o sol, que de tanto brilhar não pode receber o afago de ninguém, pois a tudo queima e destrói ao se aproximar.

Não quero ser um cometa, que encanta de tempos em tempos e depois cai no esquecimento, sem ter deixado mais que superstições. E nem preciso falar sobre as estrelas cadentes, apagando-se para sempre, esquecidas de vez.

Não quero ser a luz potencial nos cabos de energia, que precisa de tanta tecnologia para trilhar caminhos sem saídas e destinos incógnitos. Nem uma lanterna que precisa de pilhas, ou os faróis solitários e inativos nos mares, saudosos dos idos tempos em que guiavam navios. Não quero ser um farol vermelho.

Quero ser uma centelha de luz dentro de seu coração. Uma centelha que lhe aqueça a alma e lhe faça sentir-se em porto seguro. Uma chama que tremula e oscila, mas nunca se apaga, enquanto houver vida, enquanto houver esperança.

Quero ser uma centelha como essas que se pode flagrar nos olhos das crianças em festa, na lágrima de compaixão, nas mãos que se estendem para curar. Centelha de amor que está no sacrifício da mãe e no abraço do filho. Centelha que se expande nas orações sinceras e profundas e que explode no prazer do amor verdadeiro.

Centelha que flameja no rico silêncio da meditação ou no alarido dos pássaros em V pelos céus. Uma centelha de entusiasmo que nos faz mover montanhas e realizar sonhos. Uma centelha que ilumina e expande consciências.

Quero ser um dia esse tipo de luz que se propaga nos gestos de gentileza e que se manifesta na emoção do conhecimento e do autoconhecimento, em plena e constante evolução, na mais perfeita simplicidade.

Candeia de amor, candeia de perdão, candeia de paz, candeia de união!

Cris Kozovits

5/5/2015