22/08/2023
Cotidiano

Cerca caindo, falta de operador de rádio são problemas no aeroporto

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Guarapuava – Algumas irregularidades estão “aterrissadas” no Aeroporto Municipal Tancredo Tomaz de Faria, e colocam em risco a segurança, principalmente na pista onde aeronaves pousam e decolam diariamente.
A denúncia foi feita por um usuário do aeroporto e confirmada com a administração e com a gerência da NHT, empresa que opera voos comerciais em Guarapuava.
Segundo as informações recebidas, o alambrado que circunda o aeroporto está danificado, facilitando a entrada de pessoas não autorizadas e de animais na pista. “O aeroporto ainda não foi interditado porque ainda não houve nenhuma denúncia ou vistoria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)”, observa a mensagem encaminhada à TRIBUNA/REDE SUL DE NOTÍCIAS na manhã de quinta-feira, dia 23.
“Realmente, o alambrado está danificado, mas tenho cobrado bastante da Prefeitura e sei que estão providenciando a licitação”, diz o gerente da NHT, Solmir Consalter.
Para o administrador do Aeroporto Municipal, Fernando Brustolin, a Prefeitura “não tem cacife e nem a obrigação de investir” no aeroporto já que a ANAC prevê um fundo de investimento externo sob a responsabilidade dos governos estadual ou federal.
Mas Brustolin diz que Guarapuava já foi incluída no Programa Federal de Auxílio aos Aeroportos e já recebeu recursos para a ampliação da pista, para a implantação de farol rotativo; obras que já foram executadas.
Na questão do alambrado danificado, Brustolin confirma e diz que esse problema foi herdado de administrações anteriores. Ele lembra que em 2003 o aeroporto foi furtado e ficou sem o sistema de balizamento, ou seja, as “lampadazinhas” existentes em torno da pista e que orientam os voos noturnos. “Alguns pontos da cerca também foram furtados”, diz.
Com 12 mil metros quadrados de área, na avaliação do administrador, torna-se inviável fiscalizar o aero-porto. Apenas uma pessoa faz a segu-rança do local. “Se não existir um pro-grama efetivo e mais a fundo não é possível fiscalizar tudo”, afirma.
Ao mesmo tempo, Brustolin diz que a recuperação do alambrado “está na ponta da agulha” e que já passou pelo processo licitatório na Prefeitura. “Também está sendo visto a colocação de duas cabeceiras”, anuncia.
Outro fato que envolve o aeroporto municipal é a falta de habilitação por parte do operador de estação meteorológica, que não conseguiu ser aprovado na prova de capacitação exigida para a renovação da licença de habilitação. “Ficamos fora do ar durante 10 dias por falta desse profissional”, confirma Solmir.
“O agente está fazendo um curso de capacitação. Realmente, ele não conseguiu ser aprovado, mas isso pode acontecer com qualquer um”, justifica Brustolin.
Para suprir essa falha o aeroporto conta com a prestação de serviços de quatro profissionais do aeroporto de Chapecó (Santa Catarina) contratados como “free-lance”.
Para qualquer operação aeroportuária se faz necessário esse contato via rádio. “É uma questão de segurança”, observa Solmir.
O Tancredo Tomaz de Faria possui pouca movimentação. Segundo Brustolin, apenas duas aeronaves operam diariamente. “Uma de voos comerciais e outra dos Correios”.
Segundo Brustolin, o aeroporto local não corre nenhum risco de ser interditado. “Em outubro do ano passado sofremos uma fiscalização do Sindacta, e os problemas básicos foram resolvidos”.
Faltavam “algumas publi-caçõezinhas” e acesso à internet, exigido para que seja feito plano de voo e encaminhado ao Sindacta, procedimento que tem que ser feito antes de qualquer decolagem.
O administrador do aeroporto contesta a informação de que um carro do Corpo de Bombeiros está sendo utilizado inadequadamente no aeroporto. “O carro só sai daqui para revisão, para lavagem e é utilizado por profissional. Agora estamos pedindo cursos de capacitação junto ao comando do Corpo de Bombeiros”, afirmou Brustolin.

Cristina Esteche

Jornalista

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